São Paulo, domingo, 1 de janeiro de 1995
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Diretor da novela defende a "estética do personagem"

DA SUCURSAL DO RIO

O diretor de "Irmãos Coragem", Luiz Fernando Carvalho, se irrita quando criticam a televisão por sua suposta falta de qualidade artística.
"Temos que acabar com essa bobagem de achar que TV só é sinônimo de porcaria", diz. Seu desafio agora é transformar em imagens os seus argumentos.
"'Irmãos Coragem' é um melodrama histórico muito importante. É a luta contra a injustiça, a opressão e pela liberdade."
Para contar esse drama rural, o diretor rejeita os habituais recursos da TV como os efeitos de computador e edição fragmentada.
Para ele, a narrativa deve se associar ao olhar do personagem. "O personagem cria a estética da cena."
Um exemplo: a sequência em que João Coragem passeia pelos jardins da fazenda do vilão Pedro Barros, esperando que sua amada Lara surja na janela.
Carvalho pôs Marcos Palmeira em primeiro plano, com as janelas da casa ao fundo –iluminadas pela luz do sol. A câmera passeia lentamente com ele.
"Podia fazer um coquetel molotov de imagens. Mas preferi colocar o personagem sendo perseguido pelas janelas."

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