São Paulo, sábado, 7 de janeiro de 1995
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Estatal tem quase um chefe por funcionário

Codebar tem 13 servidores e 12 chefes

SILVANA QUAGLIO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Estado brasileiro mantém penduricalhos que são, no mínimo, pitorescos. É o caso da Codebar –Companhia de Desenvolvimento de Barcarena, criada em 1979.
Encravada em território paraense, na floresta amazônica, a empresa pública federal tem quase um chefe para cada empregado.
O quadro funcional, que já acomodou 84 servidores, hoje está reduzido a 25, sendo três deles diretores e nove chefes. Outros cinco cargos de chefia estão vagos.
A Codebar reconhece em documento não ter executado nenhum projeto no ano passado por falta de dinheiro.
O presidente da empresa, Nelson Maués Faria, explicou à Folha que a mão-de-obra é normalmente terceirizada e que o quadro fixo foi enxugado para cortar despesas.
A Codebar foi criada para cumprir acordo com o Japão, que financiou o projeto de produção de alumínio na região, através da Albrás e Alunorte.
As duas integram o grupo Vale do Rio Doce –a estatal mais rentável da lista de privatizações do governo.
O assentamento para a produção de alumínio se transformou na Vila dos Cabanos, com cerca de 70 mil habitantes e separada do município de Barcarena pelo rio Murucuçá.
Em 94, a empresa recebeu apenas o suficiente para cobrir a folha salarial de R$ 25 mil mensais e manter projetos já executados. Este ano, espera receber R$ 2,2 milhões do Orçamento federal.
A Codebar justifica a necessidade de recursos públicos para sua manutenção porque, além de novas indústrias instaladas no complexo industrial, o município deverá ganhar uma ZPE (Zona de Processamento de Exportação).
"Trata-se de um projeto que gera divisas para o país, basicamente voltado para exportação", explicou Faria.
O futuro da Codebar deverá ser decidido na reforma do Estado a ser implementada pelo ministro da Administração, Bresser Pereira. Até lá, a empresa ficará vinculada ao Ministério do Meio Ambiente.

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