São Paulo, domingo, 8 de janeiro de 1995
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Irene ri?

DALMO MAGNO DEFENSOR
ESPECIAL PARA O TV FOLHA

Às 18h30, lá está ela no "Rede Cidade", da Bandeirantes. Cabelo desalinhado, olhos miúdos, sardas de menina sapeca de história em quadrinhos e um vistoso sorriso –que às vezes se transforma em legítima e gostosa risada, coisa raríssima em telejornais. Não consigo ficar insensível a tamanho bom-humor.
Porém, sinto um calafrio de terror ao pensar na possibilidade de que ela apenas pareça ser assim. Quem pode garantir que, ao invés de versão paulistana de "Irene", de Caetano Veloso, ela não seja na verdade ranhetíssima?
Terminado o telejornal, pica a papelada em pedacinhos e vai "pisando duro" para o camarim. Enquanto apaga as sardas com removedor de maquiagem e retira a peruca (uma skinhead!), resmunga que seria melhor anunciar partidas de ônibus na rodoviária a fazer caras e bocas pra desocupados que só esperam o jantar.
Sem falar em substituir a Vilhena de madrugada –"só vigia noturno assiste aquilo!"– ou madrugar em Recife –"naquele calor, e eu que odeio futebol!"– para cobrir a volta da seleção.
Na saída, acorda metade do hospital vizinho ao buzinar para chamar o porteiro, e lhe recusa um autógrafo, fazendo aquele mesmo sinal de –digamos– "tchauzinho", do Piquet, após a lendária ultrapassagem sobre Senna no GP da Hungria.
Bem, é uma possibilidade, mas du-vi-de-o-dó.

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