São Paulo, terça-feira, 10 de janeiro de 1995
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Doença ataca variedade de cana plantada pela Copersucar em SP

DA REPORTAGEM LOCAL

A doença conhecida por amarelinho está prejudicando o plantio da variedade de cana-de-açúcar SP71-6163 no interior de São Paulo.
A variedade é plantada em 25% da área total de cana das usinas cooperadas da Copersucar (cerca de 710 mil ha) e possui alto teor de açúcar (em torno de 15%). É a variedade mais cultivada.
Segundo Guilherme Rossi Machado Júnior, chefe da divisão de tecnologia de melhoramento do CTC (Centro Tecnológico da Copersucar), em Piracicaba (170 km a noroeste de São Paulo), a doença é provocada por um vírus e amarela as plantas, podendo até matá-las.
Não se conhece ainda o tipo de transmissor do vírus.
Mas os pesquisadores do CTC já sabem que o vírus do amarelinho é do tipo luteovírus, que provoca doenças em gramíneas importantes como a síndrome do nanismo amarelo da cevada.
A principal substituta da 6163 nos próximos anos é a SP80-1842, diz Machado Júnior. Em 94, a nova variedade ocupou perto de 3.000 ha na área das usinas ligadas à Copersucar.
Sua produtividade é 8% inferior à da 6163 no primeiro corte da cana, porém 10% superior no segundo corte.
A produtividade média estimada para cinco cortes supera em 5% o rendimento da 6163.
Há vantagem, ainda, no teor de sacarose. Mais precoce que a 6163, a 1842 começa a amadurecer a partir do final de abril, produzindo mais açúcar.
É, também, uma cana mais fibrosa já no início da safra, o que, segundo os cientistas do CTC, reduz os gastos das usinas com energia.
A 1842 tem alta resistência ao carvão, ao mosaico e à ferrugem, três das principais doenças da cana atualmente.

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