São Paulo, terça-feira, 10 de janeiro de 1995
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Ação da Polícia Militar acaba com 3 mortos

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Cerca de 60 soldados do 4º Batalhão da Polícia Militar e dos Batalhões de Operações Especiais (Bope) e de Choque realizaram uma operação conjunta na noite de anteontem e na madrugada de ontem na favela Parque Alegria, no Caju (zona norte do Rio). Três homens, supostos traficantes, morreram após troca de tiros com os policiais, segundo informações da Polícia Militar.
Segundo um dos PMs que participaram da operação, os policiais foram recebidos a bala por cerca de 50 traficantes. O confronto teria durado uma hora e meia.
Os três supostos traficantes foram identificados como Alexandre Resende Pereira, 25, Juciaro Dutra Camilo, 23, e Cristiano Pereira da Silva, 27. Eles morreram ao dar entrada no Hospital Souza Aguiar (centro).
Os policiais apreenderam uma metralhadora Intratec 9 milímetros, uma pistola 45 milímetros e outra 9 milímetros, 110 balas calibre 12 (própria para escopeta) e mais de 900 papelotes de cocaína, com dois gramas cada, num total de 1,8 kg.
Segundo policiais da 17ª Delegacia Policial, em São Cristóvão (zona norte), onde a ocorrência foi registrada, o comércio de drogas na favela Parque Alegria é comandada por Eraldo Pinto de Medeiros, o Uê.
Ocupação
Um efetivo de 64 homens do Batalhão de Choque da Polícia Militar ocupou ontem à noite os morros da Caixa D'Água e dos Dezoito, em Piedade (zona norte).
A incursão foi mais uma etapa da Operação Rio e começou às 19h, com cerco aos principais acessos da favela. Carros e pessoas que passavam eram revistados.
Os militares também invadiram os morros, à procura do traficante Trajano, chefe do tráfico nas duas favelas.
A polícia ocupou as ruas Assis Carneiro e Almeida Carneiro com caminhões e furgões. Não houve apreensão de drogas nem armas.
O comandante da operação, capitão Luiz Cláudio, informou que ninguém foi preso. Às 22h a operação foi encerrada.
Os moradores acusaram os PMs de destruir o cruzeiro que a comunidade construiu na parte mais alta do morro.
Eles afirmam que o cruzeiro é um símbolo espiritual. O Exército vem apontando os cruzeiros como símbolos do domínio da facção criminosa Comando Vermelho.

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