São Paulo, terça-feira, 10 de janeiro de 1995 |
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Cavallo se esforça para evitar fuga de capitais
SÔNIA MOSSRI
Existe consenso entre os economistas do governo e da oposição, de que a sustentação do plano necessita do ingresso anual de US$ 10 bilhões em capital estrangeiro. Sem esses investimentos, Cavallo não teria como manter a taxa de crescimento da economia de 7% ao ano e a paridade congelada do peso para o dólar (um peso vale um dólar desde abril de 91). Já estava ocorrendo saída de capital por causa da elevação dos juros internacionais -US$ 1,6 bilhão no último trimestre de 94–, que se acelerou após a crise mexicana. O temor de que o peso possa ser desvalorizado gerou uma migração de ativos financeiros em pesos para aplicações em dólar. Dados do BC indicam uma saída diária de US$ 20 milhões de aplicações financeiras em pesos. Até agora, esses recursos migraram para depósitos em dólar. Para evitar emissão de moeda (proíbida por lei), o presidente do BC, Roque Fernández, pressiona grandes bancos para que comprem a carteira de créditos de instituições insolventes. Como incentivo, o BC oferece redução do recolhimento compulsório sobre depósitos à vista e à prazo. Com isso, o próprio governo está criando um novo mecanismo de emissão de moeda, burlando a legislação do Plano Cavallo. Se o governo pedisse autorização ao Congresso para mudar a lei, aumentaria a incerteza do mercado. Num ano de eleições, em que o presidente Menem disputa um segundo mandato, Cavallo terá dificuldades para evitar um déficit. (SM) Texto Anterior: Indústria quer moratória Próximo Texto: Argentina cria esquema de socorro a bancos Índice |
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