São Paulo, terça-feira, 10 de janeiro de 1995
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Bolsa paulista despenca mais 5,21%

RODNEY VERGILI
DA REDAÇÃO

O índice da Bolsa paulista já acumula baixa de 16,68% neste ano até o momento. Ontem, o indicador Bovespa registrou queda de 5,21% e o índice Senn (Rio) despencou 8,00%. Ontem, nenhuma ação que compõe o índice Bovespa acusou alta.
Os investidores externos estão querendo vender ações, mas faltam compradores. O volume de negócios está se reduzindo.
Alguns analistas previam a volta de dinheiro externo para o mercado acionário brasileiro a partir de março, refletindo expectativas otimistas com o governo de Fernando Henrique Cardoso.
Os mesmos analistas fizeram ontem revisão de suas previsão de entrada de dinheiro externo para junho, por causa da crise do México e da Argentina. A tensão nas Bolsas brasileiras reflete as incertezas sobre a questão cambial na Argentina. A situação é inquietante, teme-se a desvalorização na moeda argentina com efeitos imediatos sobre os países do Mercosul (entre eles, o Brasil).
Os investidores estrangeiros pressionam com resgates de quotas nos fundos direcionados para a América Latina. As Bolsas brasileiras sofrem os efeitos, apesar do Brasil estar com uma situação econômica e de balanço de pagamentos bem melhor do que a Argentina e o México.
O adiamento na aprovação do nome de Pérsio Arida para a presidência do Banco Central aumentou a incerteza do mercado. Há quem tire da notícia a conclusão de que será bastante difícil a aprovação de temas abrangentes como a reforma previdenciária, tributária e mesmo do programa de privatização.
Os pequenos investidores também pressionam para baixo as cotações. Eles estão aguardando há quatro meses a recuperação das cotações e como a valorização não acontece há pânico e venda de ações.
No mercado cambial, o Banco Central não atuou. As cotações do dólar comercial tiveram ligeira alta com maior pressão de remessas para o exterior.
O Banco Central reduziu ontem ligeiramente a taxa de juros do over que caiu para 4,59% ao mês, contra 4,60% no dia anterior.

JUROS
Curto prazo
Os cinco maiores fundões renderam, ontem, em média, 0,110%. A taxa média do over foi de 4,59% ao mês, projetando rentabilidade de 3,42% no mês. No mercado de Certificados de Depósito Interbancário (CDIs), a taxa média foi de 4,73% ao mês, projetando rendimento de 3,53% no mês.

CDB e caderneta
As cadernetas que vencem hoje rendem 2,6536%. CDBs prefixados negociados ontem: entre 29% e 52% ao ano para 30 dias. CDBs pós-fixados de 120 dias: 20% ao ano mais a variação da Taxa Referencial.

Empréstimos
Empréstimos por um dia ("hot money") contratados ontem: a taxa média foi de 6,01% ao mês, contra 5,91% ao mês na última sexta-feira. Para 30 dias (capital de giro): entre 60% e 75% ao ano.

No exterior
Prime rate: 8,50% ao ano. Libor: 6,88% ao ano.

AÇÕES
Bolsas
São Paulo: baixa de 5,21%, fechando com 36.278 pontos e volume financeiro de R$ 263,41 milhões, contra R$ 278,10 milhões na última sexta-feira. Rio: queda de 8,0% (I-Senn), fechando com 16.663 pontos e volume financeiro de R$ 49,48 milhões.
Bolsas no exterior
Em Tóquio, o índice Nikkei fechou a 19.444,92 pontos, conta 19.519,46 na última sexta-feira.

DÓLAR E OURO
Dólar comercial (exportações e importações): R$ 0,844 (compra) e R$ 0,845 (venda). Na última sexta-feira, segundo o Banco Central, o dólar comercial fechou a R$ 0,839 (compra) e R$ 0,841 (venda). "Black": R$ 0,850 (compra) e R$ 0,860 (venda). "Black" cabo: R$ 0,848 (compra) e R$ 0,853 (venda). Dólar-turismo: R$ 0,830 (compra) e R$ 0,860 (venda), segundo o Banco do Brasil.
Ouro: queda de 0,10%, fechando a R$ 10,18 o grama na BM&F.

No exterior
Segundo a agência "UPI", em Londres, a libra foi cotada a 1,5540, contra 1,5542 na última sexta-feira. Em Frankfurt, o dólar foi cotado a 1,5538 marco alemão, contra 1,5570 no dia anterior. Em Tóquio, o dólar foi cotado a 100,15 ienes, contra 100,13 no dia anterior.
Em Nova York, a onça-troy (31,104 gramas) do ouro fechou a US$ 373,10, contra US$ 371,20 no dia anterior.

FUTUROS
No mercado de DI (Depósito Interfinanceiro) da BM&F, a projeção de juros para janeiro fechou em 3,42% e para fevereiro a 3,30% no mês.
No mercado futuro do índice Bovespa, a cotação para fevereiro ficou em 36.700 pontos.
No mercado futuro de dólar, a moeda norte-americana para janeiro fechou a R$ 0,862.

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