São Paulo, terça-feira, 10 de janeiro de 1995 |
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Romário tem Roma e Rio no seu nome
MATINAS SUZUKI JR.
Romário é o melhor atacante (a posição mais valorizada) do mundo. Ajuda a recuperar o futebol no Rio. E isto é ótimo para o futebol brasileiro. Romário e Sávio fariam uma dupla do barulho. Romário tem Roma e o Rio no seu nome. Ou iria para o futebol mais profissionalizado, a Itália, ou voltava para cá. Voltou. Tomara que ele se cuide. Ibericamente católicos, temos vergonha do lucro e a culpa do dinheiro. "Mercenário", por exemplo, sempre esteve na ponta da língua das torcidas. O futebol hoje em dia é pura indústria da diversão. Tem a sua medida de paixão e de emoção, mas o principal ingrediente é o mercado. Marcelinho acha que vale muito mais do que pesa. Pequeno, ele pesa, fisicamente, pouco. Mas, em qualidade, vale muitos reais em tempo de forte poder de compra. O Corinthians tem vários caminhos. Ou paga o que ele pede, ou arruma alguém para pagar ou negocia bem com ele. Proponha alternativas, se não tem caixa para bancar o luxo. O que é arcaico e pura demonstração de incompetência é a diretoria estimular os torcedores a adotarem uma postura moralista contra o Marcelinho. Ele está pedindo o que acha justo ao mercado. Se o mercado não tem condições de pagar, o Marcelinho tem que reduzir o preço. Ou então, ser expelido pela própria lógica do mercado. O resto é chororô dos ineptos. Na moita, na moita, o Botafogo trouxe o belo Adriano, que, espera-se, tenha se valorizado em bancos suíços. Enquanto na cidade que é o coração do meu Brasil os clubes estão a mil, São Paulo parece parar no futebol. A fábrica de sonhos permanentes do Guarani fabricou outro Adriano. O herói da primeira rodada da teenbolada que rola pelo Estado. Um bem-te-vi destemido pousou na trave do goleiro do Guarani, no Pacaembu, domingo. Bem ali onde se supunha que dormia a boêmia coruja. Entre os gregos, as musas eram as filhas da Memória. Como se viu lá em Minas Gerais, quem preservou a memória dos muitos gols foram as mulheres. Abra a porta e a janela e vem ver o gol nascer. Preta, Preta, Pretinha... Como tantos outros pugilistas, Carlos Monzón fez da sua passagem uma provação. No país de Gardel, de Maradona e do cambalache, viver é procurar um limite que acima dos pampas não se conhece. Texto Anterior: Emissoras a cabo investem em novas equipes Próximo Texto: Número um? Índice |
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