São Paulo, sexta-feira, 13 de janeiro de 1995
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Clã Barreto volta às telas com 'Quatrilho'

DANIELA RIBEIRO
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Oito anos após sua idealização, "Quatrilho", novo filme do clã dos Barreto, finalmente vai sair do papel. Os atores estarão hoje em Caxias do Sul (RS), onde estão concentradas as locações, e começam a rodar na segunda-feira.
Dirigido por Fábio Barreto, 37, e produzido por seus pais Luís Carlos e Lucy Barreto, o filme tem no elenco Glória Pires, Patrícia Pillar, Alexandre Paternostri e Bruno Campos nos papéis principais, além de José Lewgoy, Cecil Thiré, Gianfrancesco Guarnieri e Cláudio Mamberti.
Quatrilho é o nome de um jogo de cartas de origem vêneta, ainda jogado na região da colonização italiana no Rio Grande do Sul, em que o que vale é a traição entre os parceiros.
O jogo serviu de inspiração para o título do livro de José Clemente Possenato, professor da Universidade de Caxias do Sul, baseado em um caso verídico que provocou escândalo na cidade, em 1910.
Dois jovens casais, descendentes de imigrantes, decidem começar a vida juntos dividindo uma pedaço de terra, até que descobrem a felicidade trocando de pares. O livro virou peça encenada todo ano, em vêneto, na cidade de Caxias do Sul, por um grupo de teatro local, o Miseri Coloni, que acabou ganhando os papéis secundários do filme.
Pillar faz Teresa, charmosa e sonhadora, casada com Ângelo (Alexandre Paternostri), bronco, mas trabalhador. Pires é Pierina, trabalhadora e objetiva, casada com Máximo (Bruno Campos), um marceneiro, mais sofisticado e "bon vivant".
Ângelo, com o apoio de Pierina, acaba virando o maior empresário da região e, segundo Barreto, o precursor do capitalismo na região. "É a história de um Brasil que deu certo graças ao trabalho persistente, tenaz", diz Barreto, "e também de um amor sem culpa", completa o produtor.
Este é o primeiro filme a receber recursos do programa Resgate do Cinema Nacional para produção (outros contemplados receberam verba para finalização).
A maior parte do dinheiro, porém, veio do mercado de capitais, através da Lei do Audiovisual –R$ 1,1 milhão do R$ 1,7 milhão do orçamento foi captado desta maneira.
Luís Carlos Barreto espera lançar seu primeiro filme após cinco anos sem produções no Festival de Gramado, em agosto, e levá-lo ao Festival de Veneza, em setembro. O lançamento no mercado brasileiro ficaria para o final de setembro ou início de outubro.

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