São Paulo, sexta-feira, 13 de janeiro de 1995
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Papa atrai 1 milhão de fiéis nas Filipinas

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Mais de 1 milhão de pessoas foram ontem saudar o papa João Paulo 2º em sua chegada a Manila, capital das Filipinas, em sua primeira viagem ao único país asiático de maioria católica desde 1989.
"Por muito tempo eu sonhei pisar o solo filipino mais uma vez. Estou aqui para celebrar junto à comunidade católica das Filipinas os 400 anos da presença organizada e hierarquizada da igreja nestas ilhas", disse o papa ao desembarcar às 17h (5h em Brasília).
Jornalistas que acompanharam João Paulo 2º em seu vôo de mais de 12 horas desde Roma disseram que ele parecia mais frágil e cansado do que em viagens anteriores. O papa tem 74 anos de idade.
Ele usa bengala há nove meses, desde a cirurgia que sofreu após uma queda em que fraturou a perna direita. "A recuperação está correndo bem, mas a perna ainda não está suficientemente forte", disse João Paulo 2º.
Esta é sua 63ª viagem ao exterior desde que assumiu a chefia da Igreja Católica, em 1978. Durante 11 dias, além das Filipinas ele visitará também Papua-Nova Guiné, Austrália e Sri Lanka.
Entre as personalidades que foram recebê-lo no aeroporto de Manila estava o general Fidel Ramos, primeiro presidente não-católico das Filipinas (ele é protestante).
O trajeto entre o aeroporto e a casa oficial do núncio apostólico em Manila, no "papamóvel" à prova de balas, deveria ter durado 45 minutos, mas tomou mais de uma hora devido ao tamanho da multidão que foi saudar o papa.
O esquema de segurança envolveu mais de 20 mil pessoas. Um homem que levava uma pistola calibre 45 foi detido. Testemunhas disseram que ele afirmou ser agente do Grupo de Segurança Presidencial, mas não soube dizer a senha secreta dessa força de elite ao ser abordado por policiais.
João Paulo 2º disse achar "muito bonito" que a igreja católica chinesa –patrocinada pelas autoridades comunistas do país e sem vínculos com o Vaticano– tenha enviado representantes para acompanhar sua visita a Manila.
O porta-voz do Vaticano, Joaquín Navarro Valls, disse que a delegação chinesa poderá co-celebrar uma missa com o papa domingo em Manila, se seus integrantes antes fizerem um juramento de lealdade e obediência.
Em Colombo, no Sri Lanka, a Federação das Organizações Budistas reafirmou que vai boicotar a visita do papa se ele não se desculpar formalmente por afirmações contidas em seu livro "Atravessando o Limiar da Esperança", lançado no fim de 1994, que os budistas consideraram ofensivas.

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