São Paulo, sábado, 14 de janeiro de 1995
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Interventor acha fim do Baneser precipitado

GEORGE ALONSO
DA REPORTAGEM LOCAL

A extinção imediata do Baneser (Banespa Serviços Técnicos e Administrativos S/A), subsidiária do Banespa, é considerada precipitada pelo interventor federal no banco, Altino Cunha.
Segundo informou ontem sua assessoria de imprensa, Cunha acha que muitos funcionários prestam serviços essenciais ao banco.
O governador paulista Mário Covas (PSDB) defende o fim do Baneser –estatal que desde 1987 contrata funcionários para o Estado, sem concurso público.
Na semana passada, Covas determinou o rompimento do contrato de 13,5 mil funcionários da estatal que prestam serviços a órgãos públicos.
Através do assessor, Altino disse ainda que "é impossível uma grande empresa hoje sobreviver sem terceirizar alguns serviços".
Mas o interventor considera também, segundo informação passada por sua assessoria, que o "Baneser ficou tão estigmatizado que pode ser preciso até que uma outra empresa seja contratada para realizar serviços essenciais, como na área de informática".
Até o momento foram afastados do Banespa 1.570 funcionários do Baneser que deveriam estar lotados no gabinete da presidência. A grande maioria, porém, foi anunciada como "fantasma".
A lista desses funcionários até agora não foi divulgada. Mas todos integravam uma folha de pagamentos conhecida por "Folha Zero", à qual só diretores de confiança do banco tinham acesso.
Segundo a assessoria, os funcionários que não são "fantasmas" e que de fato prestam serviços ao banco podem não ser demitidos.
Isso, porém, vai depender dos resultados auditorias que estão sendo feitas no prazo de 60 dias.
Seguranças de escolas
Os 4.370 seguranças de escolas públicas de São Paulo que tinham sido contratados via Baneser poderão ser recontratados pelas próprias escolas, segundo Rose Neubauer, secretária de Educação.
Segundo ela, a recontratação seria feita pelas associações de pais e mestres (APMs). Neubauer admite que muitos de seguranças têm a confiança da comunidade escolar, pelo serviço que prestam.
A verba para pagá-los viria dos recursos orçamentários da secretária –agora sem as despesas com o Baneser. Segundo ela, está descartada o uso da Polícia Militar.

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