São Paulo, segunda-feira, 16 de janeiro de 1995
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Chuvas e vendaval castigam SP

DA FOLHA SUDESTE, DA FOLHA ABCD E DA REPORTAGEM LOCAL

Duzentos e quarenta casas e barracos foram alagados anteontem à noite durante a pior chuva, em termos de estragos, nos últimos dez anos em Campinas (99 km noroeste de São Paulo). Em São Paulo, cerca de 2 milhões de pessoas ficaram sem luz por causa das chuvas de sexta-feira e sábado.
A avaliação em Campinas é da Defesa Civil do município, que registrou 2.500 chamados de pessoas sob risco –número duas vezes e meia maior que o normal.
O temporal, uma chuva de verão com granizo, atingiu a cidade por volta das 18h30 de sábado e durou até as 20h30. A chuva, em menor intensidade, persistiu madrugada adentro.
Segundo o diretor da Defesa Civil, Sidnei Furtado, 32, a chuva foi localizada. "Ela atingiu uma faixa que integra bairros das zonas norte, sul e leste da cidade."
O Corpo de Bombeiros registrou oito quedas de árvores e quatro ocorrências de carros arrastados pelas águas.
Os córregos Piçarrão, Proença e Anhumas, que acompanham as principais avenidas da cidade, tansbordaram.
Quatro casas desabaram parcialmente. Cinquenta árvores caíram e nove muros desabaram.
Onze carros ficaram alagados, segundo os bombeiros. Os bairros de Barão Geraldo, Cidade Universitária 1 e Cidade Universitária 2 ficaram sem luz das 18h30 de anteontem às 11h30 de ontem. O abastecimento de água em alguns bairros também foi afetado.
São Paulo
Ao todo choveu 48,2 milímetros em São Paulo, no sábado e na sexta-feira. Isso corresponde a aproximadamente 20% da média histórica em janeiro, de 238,7 mm.
"Os ventos dirigiam-se do Pacaembu no sentido do Butantã arrastando árvores e derrubando tudo o que estivesse à frente", disse Antoninho Borghi, da Eletropaulo.
O muro que separa a Cidade Universitária da marginal Pinheiros foi derrubado e carregado pelo vento. Segundo a Eletropaulo, a chuva causou 4.875 defeitos na rede elétrica. Cerca de 2 milhões de pessoas ficaram sem luz. Em algumas regiões a interrupção durou mais de 24 horas..O telefone 196, da Eletropaulo, recebeu 31 mil telefonemas.
No sábado o vendaval não se repetiu, mas a chuva foi mais intensa e durou mais tempo. Entre as 15h30 e as 22h choveu 37 mm.
Houve enchentes na zona leste. As águas do córrego Aricanduva subiram, expulsando centenas de famílias de suas casas. As águas cobriram toda a avenida Aricanduva, parte da avenida do Estado e as ruas ao redor.
O Corpo de Bombeiros atendeu 166 ocorrências durante as chuvas de sábado em São Paulo, movimento 30% acima do normal.
Entre as 16h de sábado e a 0h de domingo, os bombeiros resgataram 15 pessoas ilhadas em casas e ruas, retiraram três automóveis de rios e desobstruíram oito ruas bloqueadas por árvores. Uma casa desabou, sem deixar feridos.
ABCD
O jogo da equipe de vôlei feminino Cepacol/São Caetano contra o Nova Era/Datasul no sábado à tarde foi interrompido por uma hora por causa de uma chuva de granizo. O granizo quebrou o vidro que reveste o Ginásio Milton Feijão, em São Caetano, e os cacos caíram na quadra e arquibancadas.

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