São Paulo, segunda-feira, 16 de janeiro de 1995
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Londres tem aumento de garotas 'sem-teto'

ROGÉRIO SIMÕES
DE LONDRES

As meninas de Londres também passaram a ser destaque entre os que vivem nas ruas da cidade e procuram auxílio dos albergues do governo.
Uma pesquisa divulgada no final do ano passado pela entidade Centrepoint mostrou que a participação de adolescentes do sexo feminino entre os que não têm casa praticamente dobrou nos últimos sete anos.
Segundo a pesquisa, 43% dos que procuraram auxílio em albergues da cidade em 93 e 94 eram do sexo feminino. Em 1987, este número era de 26%.
Os que foram forçados a sair de casa, por causa de abuso sexual ou atritos com a família, somam 86% dos "sem-teto" londrinos. Os menores de 18 anos são 42% e 44% são de minorias raciais.
Adrian Neil, que acompanha jovens na região de Surrey, diz que, segundo depoimentos de meninas, suas famílias têm dado um tratamento mais duro a elas dentro de casa.
"As famílias estão tratando as garotas como tratavam os meninos, da mesma forma", diz.
Segundo a Centrepoint, os sem-teto se tornam autores de furtos e roubos nas ruas, mas também são vítimas fáceis de outros criminosos. A entidade tem registrado diversos casos de "sem-teto" espancados e atacados nas ruas.
Autoritarismo
Para a psicóloga Janet Sayers, da Universidade de Kent, as jovens inglesas estão seguindo um exemplo que parte do próprio governo, que, segundo ela, toma decisões autoritárias.
"As meninas usam este novo comportamento como uma forma de defesa. Elas se sentem mais confortáveis juntas e dizendo: nós somos tão fortes quanto os garotos", afirma.
(RS)

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