São Paulo, quarta-feira, 18 de janeiro de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Soldado é assassinado dentro de guarita

SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO

O soldado Eduardo da Silva Gomes, 20, foi morto ontem de madrugada quando trabalhava como sentinela da base aérea do Galeão (Ilha do Governador, zona norte do Rio).
Para a Aeronáutica, Gomes reagiu ao ataque de criminosos interessados em roubar seu. A hipótese é investigada pela Polícia Civil. O fuzil modelo AK-33 e a munição desaapareceram.
Um único tiro causou a morte de Gomes. A bala perfurou o pescoço do soldado.
Gomes foi o primeiro militar a morrer em serviço desde o início de novembro, quando foi criada a Operação Rio, em que os governos federal e estadual se uniram para combater a criminalidade.
O comando da base aérea abriu um IPM (Inquérito Policial Militar) para investigar as circunstâncias do crime.
A hipótese mais provável é que Gomes tenha se recusado a dar o fuzil a assaltantes. As Forças Armadas costumam punir com prisão os sentinelas que entregam suas armas sem reação.
Ontem às 12h, dois sentinelas vigiavam a guarita onde o soldado morreu. Ao ver que o local era fotografado, um sentinela branco, de cerca de 1,65 m de altura, ameaçou atirar no carro da Folha. Ele chegou a engatilhar o fuzil, fazendo mira no carro.
O comando da base aérea se recusou a receber a reportagem. A única informação oficial foi a nota emitida à tarde pelo ministério em Brasília.

Texto Anterior: Garimpeiro morre em RR
Próximo Texto: Comando Militar investiga tortura
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.