São Paulo, quarta-feira, 18 de janeiro de 1995
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Rolling Stones sinfônico soa como extravagância

LUIZ ANTÔNIO RYFF
DA REPORTAGEM LOCAL

Rock e música clássica são parentes longínquos que se encontram com pouca regularidade. Não guardam boas recordações dos encontros.
E não será "Symphonyc Music of the Rolling Stones" que vai reconciliar a família.
A Orquestra Sinfônica de Londres resolveu fazer arranjos clássicos para os rocks básicos dos Stones. Alguém em sã consciência imagina "Sympathy for the Devil" com arranjo empolado, entulhado de violinos, sem o batuque suingado?
A orquestra é reincidente. Já cometeu coisas semelhantes. Na tentativa de se popularizar fez versões até para o "hard rock" sueco do insípido Europe. A orquestra acaba diluindo o rock e não incorporando o clássico.
Alguns grupos de rock flertaram com a música clássica com resultados medianos. É o caso do lado B do disco "Yellow Submarine", dos Beatles com George Martin.
Essas experiências soam como extravagâncias que valem apenas como curiosidade. Ninguém vai lembrar do "Jumping Jack Flash" sinfônico, em que os violinos fazem o papel da guitarra de Keith Richards e o resto das cordas dubla o coro do refrão.
Mas a orquestra não afunda sozinha. A interpretação do vocalista Michael Hutchence (INXS) em "Under my Thumb" ultrapassa o patético. "Ruby Tuesday" exuma Marianne Faithfull, ex-namorada do vocalista Mick Jagger. Mas a interpretação envelhecida dela não justifica o milagre.
Algumas baladas dos Stones perdem menos nas versões sinfônicas. Como em "As Tears Go By". Ou no caso da fase psicodélica de "She's a Rainbow" e "Dandelion". Mas a única boa versão das 13 que fazem parte do disco é com o próprio Jagger cantando "Angie", embalado por um violão acústico e com as cordas fazendo fundo.

Disco: Symphonic Music of the Rolling Stones
Artista: Orquestra Sinfônica de Londres
Gravadora: BMG-Ariola
Quanto: R$ 18 (o CD, em média)

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