São Paulo, domingo, 22 de janeiro de 1995 |
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Plínio Marcos também faz rir
NELSON DE SÁ Se Nelson Rodrigues virou comédia, se Gerald Thomas virou comédia, Plínio Marcos tem todo o direito. Ele era o maldito, até poucos anos atrás. Agora é possível assistir uma "Navalha na Carne", entre as suas peças mais carregadas, de 1969, e rir, rir quase sem parar.Os responsáveis, os culpados são Diogo Vilela e Louise Cardoso, que fazem respectivamente o gigolô e a prostituta de "Navalha na Carne". Com eles, Hilton Cobra, no papel de um homossexual que protagoniza uma das cenas mais significativas da montagem, ou uma das reações mais impressionantes da platéia. Sob uma máscara de tensa comicidade, que é bem própria do teatro de Plínio Marcos, mas nunca foi tão explicitada, acontece um estupro. A cena acaba quando a prostituta toca no homossexual e ele salta, gritando, "não toque em mim, mulher". O público, como se diz, vem abaixo –e aplaude em cena aberta. Talvez o que tenha mudado, afinal, seja o público, mais do que o teatro. Navalha na Carne. Teatro Cultura Artística, sala Rubens Sverner. Rua Nestor Pestana, 196, Centro. Tel. 258-3616. Quinta a sábado: 21h. Domingo: 19h. Ingressos: R$ 12 e R$ 15 Texto Anterior: Ópera rap põe o pé na estrada Próximo Texto: Bom início para o futuro jogador Índice |
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