São Paulo, segunda-feira, 23 de janeiro de 1995
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Sai nos EUA livro de fotos de Paul Strand

ANA MARIA GUARIGLIA
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Em homenagem a Paul Strand (1890-1976), um dos mais importantes fotógrafos do século 20, a Fundação Aperture (EUA) organizou uma exposição e lançou o livro "The World on my Doorstep" (o mundo na soleira de minha porta).
São trabalhos realizados pelo artista entre 1950 e 1976, período em que viajou por vários países da Europa.
Strand esteve associado a figuras lendárias da fotografia, como Lewis Hine (1874-1940), que lhe forneceu conhecimentos técnicos e artísticos.
A primeira exposição foi feita em Nova York (USA), em 1916, na "291", a polêmica galeria do fotógrafo Alfred Stieglitz (1864-1946).
Ali eram apresentadas fotos com características pictóricas. Mas com sua visão precisa, Strand derrubou os conceitos pictorialistas e surpreendeu o próprio Stiegliz.
Strand registrava a realidade visível, o que via através da câmera sem preciosismos estéticos, retomando basicamente a tradição dos documentaristas do século 19. Com seu novo estilo de compor e interpretar as imagens, influenciou muitos fotógrafos, entre eles, Edward Weston (1887-1968).
A partir da década de 20, Strand passou a fotografar para o cinema e realizou o filme "Manhattan". Posteriormente, associou-se ao grupo nova-iorquino de documentaristas da Frontier Film.
Foi um dos diretores de "Native Land" (1941), filme que abordava os distúrbios sociais provocados pelas organizações fascistas americanas e os ataques racistas da Ku Klux Klan.
A partir de 1950, Strand se fixou na França e iniciou a série de fotos constante da exposição e do livro.
Com 150 trabalhos, a mostra ilustra o período de maior produtividade do fotógrafo e está programada para percorrer a Europa até 1996.
Até 4 de fevereiro, estará na Burden Gallery, em Nova York; de 11 de março a 23 de abril, no Instituto de Foto de Roterdã (Holanda).

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