São Paulo, terça-feira, 24 de janeiro de 1995 |
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Artista cria método para ensinar arte figurativa
DA REPORTAGEM LOCAL Sistematizar um método para ensino das artes figurativas foi o tema da tese de doutorado do artista plástico Silvio Dworecki.O trabalho, "Do olho à mão: um método de ensino das artes figurativas", foi apresentado à Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo. Dworecki, que já expôs pinturas no Masp, Bienal de São Paulo e Salão Nacional de Artes Plásticas, baseou a pesquisa em seu trabalho com os alunos de seu curso de "Desinibição do traço e criação de linguagem plástica pessoal". Utilizou também entrevistas com cinco destes alunos para acompanhar a relação entre os projetos de vida, desenvolvimento expressivo e plástico. O artista e professor afirma no trabalho que "a ampliação do quadro perceptivo implica em ampliação das possibilidades expressivas, e vice-versa e que a qualidade expressiva fica a depender dos estímulos, de toda natureza, que são oferecidos ao aluno". O trabalho de Dworecki pretende se afastar do ensino tradicional –o ensino "estereotipante", baseado na semelhança entre desenho e modelo. Dworecki diferencia competência e desempenho. A qualidade e o desempenho seriam a meta da educação estética. Seria deixado de lado o "marasmo" do teste de competência –a prioridade ficaria com o "binômio percepção-expressão" e a valorização da interação entre "projeto de vida e projeto expressivo". Para avaliar e fazer crescer a produção dos alunos, Dworecki usa os critérios "disponibilidade, fluência, e atenção às referências que o aluno estabelece". É a princípio analisado o "elo entre os estímulos e a disponibilidade necessária para que (aqueles) sejam absorvidos à luz da qualidade esperada na produção". Em um segundo momento relaciona-se a fluência e os estágios de crescimento: o que impede o sucesso nos estágios de competência. Em um terceiro "movimento", como diz o autor, se estabelece um vínculo entre percepção-expressão. Busca-se uma atenção que impregne tanto a expressão como o olhar, que quebrem preconceitos, de postura e traço, por exemplo –enfim, que desmecanizem o gesto. Por fim, avalia-se a "observação atenta que leva à seleção de referências" e a relação com a capacidade e qualidade atingida. Texto Anterior: Folha promove mesa redonda hoje sobre fim do vestibular Índice |
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