São Paulo, domingo, 29 de janeiro de 1995 |
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O que há para ler sobre o diretor
SÉRGIO AUGUSTO
Apesar de surpreendida por uma declaração de Orson Welles, que em Paris apontou John Ford como o maior cineasta de todos os tempos, não se emendou e voltou a comer mosca quando recebeu com o máximo desprezo o que hoje quase todos consideram uma indiscutível obra-prima, "Rastros de Ódio". Do outro lado da Mancha, os ingleses, eternamente fiéis ao mestre, espumaram de raiva. E Lindsay Anderson, fordiano fundamentalista, escreveu mais uma exegese. Com o tempo, os aficionados de Wyler acabaram jogando a toalha. Reconheceram que Ford possuía um estilo e um universo ficcional extremamente pessoais, ao passo que Wyler, conforme ele próprio, com humildade, admitia, não passava de um estilista sem estilo, um inspiradíssimo pau-pra-toda-obra. Com o tempo, também, os franceses tomaram juízo, honrando a memória do decano Jean Mitry, autor do primeiro livro sério sobre Ford, publicado em 1954. Hoje Ford é reverenciado, até na redação dos "Cahiers" e "Rastros de Ódio" mereceu há quatro anos um ensaio mais pretensioso do que bom de Jean-Louis Leutrat ("La Prisionnière du Désert": Une Tapisserie Navajo", Adam Biro). A despeito dos esforços de Philippe Haudiquet (autor de um estudo sobre o cineasta publicado há 29 anos pela Seghers) e de Jean-Loup Bourget (autor de outro, editado em 1990 pela Rivages), os melhores textos sobre Ford foram escritos em inglês. Eis os mais importantes: "John Ford: The Man and His Films", de Tad Gallagher (University of California Press, 1986). "John Ford", de Joseph McBride e Michael Wilmington (Da Capo Press, 1975). "About John Ford", de Lindsay Anderson (Plexus, 1981). "John Ford", de Peter Bogdanovich (University of California Press, 1978). "The John Ford Movie Mystery", de Andrew Sarris (Indiana University Press, 1976). "John Ford: A Biography", de Andrew Sinclair (Dial, 1979). "Pappy: The Life of John Ford", de Dan Ford (Prentice-Hall, 1979). (SA) ONDE ENCOMENDAR Na Livraria Cultura (av. Paulista, 2073, tel. 011 285-4033, São Paulo) Texto Anterior: O santuário dos mitos fordiano Próximo Texto: John Ford fez 141 filmes em 59 anos, da era do mudo à das cores Índice |
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