São Paulo, domingo, 29 de janeiro de 1995
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Gruta de Altamira terá réplica

RICARDO BONALUME NETO
ESPECIAL PARA A FOLHA

Turismo demais pode ser fatal para pinturas de cavernas. Foi o que se descobriu com uma das mais famosas coleções, as pinturas de Altamira, na Espanha. A caverna teve o acesso do público proibido de 1977 a 1982 quando se percebeu que as pinturas estavam sendo danificadas.
Desde então fixou-se um número máximo de visitantes por ano, 9.000. Isso faz com que haja filas de espera de mais de um ano para visitar Altamira.
O governo espanhol decidiu no último dia 16 construir uma réplica da entrada e da principal sala da caverna onde estão as mais visitadas das pinturas. Altamira tem cerca de 250 desenhos, entre os quais algumas das mais conhecidas imagens de bisões da pré-história.
Os pintores primitivos usavam basicamente vermelho e preto como cores. O preto era feito de carvão vegetal –testes mostraram que provavelmente de pinheiros– ou de óxido de manganês. Já o vermelho vinha de óxido de ferro.
Pinturas rupestres e objetos decorativos surgem na evolução humana há cerca de 35.000 anos. Foi um momento de revolução cultural, pois antes os objetos costumeiramente encontrados pelos pesquisadores eram basicamente utilitários.
Imagens como essas têm um significado especial na história da humanidade. A comunicação entre os homens, por imagens ou pela linguagem, é uma base de mudanças sociais e tecnológicas.
Para o antropólogo canadense Randall White, da Universidade de Nova York, nos EUA, essa possibilidade de compartilhar experiências através de uma representação simbólica foi tão significativa para a evolução humana como o uso do fogo ou de ferramentas de pedra.
(RBN)

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