São Paulo, domingo, 1 de outubro de 1995 |
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Trilha e direção comprometem a montagem de ``João e Maria"
MÔNICA RODRIGUES COSTA
A qualidade da montagem pouco importa. Uma das razões de sucesso das narrativas de estilo maravilhoso ou mágico é que elas asseguram à criança a elaboração de certas emoções, como medo, frustração, possibilidade de reparação. ``João e Maria" é um clássico de Jakob e Wilhelm Grimm, do século 19. O enredo do espetáculo obedece ao tema central do conto -o sofrimento infantil, provocado pela rejeição do adultos. Eliná Coronado, no papel da madrasta, interpreta com eficácia essa rejeição. Com voz firme, gestos frios, expressão facial gélida, diz ao pai das crianças que não dá mais para mantê-las em casa. As crianças atoras na peça, Marisol Ribeiro (Maria) e Fábio Lucindo (João), demonstram com verossimilhança a percepção do abandono a que serão submetidas. Elas se deixam enganar para cumprir as determinações do destino, impostas pelo conto de fada. Representando total indiferença em relação aos sentimentos dos outros personagens, a Madrasta engana as crianças e faz João e Maria se perderem na floresta. Então começam os problemas da montagem. A movimentação em cena é confusa, a trilha sonora -excessivamente alta- não acompanha a narração. Coronado como Bruxa é caricatural, mas assusta as crianças. A direção não prevê uma melhor participação do pai. Sua passividade não combina com a reconciliação final. Peça: João e Maria Direção: Maria Ferreira Elenco: Eliná Coronado, João Antonio, Marisol Ribeiro, Fábio Lucindo e outros Onde: Teatro Paramount (av. Brigadeiro Luiz Antônio, 411, tel. 605-0665) Quando: Sábados e domingos, às 16h Quanto: R$ 8,00 Texto Anterior: Primeira apresentação foi em 1870 Índice |
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