São Paulo, domingo, 1 de outubro de 1995
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Preço do telefone celular deve diminuir

ANA PAULA NACIF
DA REPORTAGEM LOCAL

O preço do telefone celular deve baixar a partir de 1997. É o que afirma Gilson Rondinelli, 46, gerente da Telesp (Telecomunicações de São Paulo), e Plínio Costa, 44, consultor da empresa Bolsa de Telefones de São Paulo.
Uma linha celular (com aparelho) está custando, em média, R$ 3.000 no mercado paralelo -na Telesp, novos cadastros estão suspensos desde novembro de 94.
Segundo o consultor da Bolsa de Telefones, as vendas têm ``crescido muito", sem citar números. Como a Telesp tem liberado novas linhas, ``a tendência é que haja oferta suficiente no mercado e queda dos preços".
Em média, são habilitados 600 aparelhos por dia em São Paulo. Segundo Rondinelli, a Telesp prevê a implantação de 700 mil linhas já no próximo ano. ``Com isso, as inscrições poderão ser reabertas para atender mais consumidores."
Desde a implantação do sistema, em agosto de 93, há 345 mil celulares em operação no Estado de São Paulo (veja quadro). Outros 585 mil estão cadastrados.
Mais do que investimento, os usuários acham que o celular é uma necessidade. Os serviços prestados pela Telesp Celular, no entanto, são alvo de críticas.
Edmon Rubies, 62, da Bolsa de Telefones, diz que não há linhas para suprir a procura. ``Nunca trocaria uma linha fixa por um celular. O gasto com a conta é alto e a qualidade do serviço, ruim".
Ronaldo Lopes dos Santos, 27, gerente-comercial, tem um telefone celular, mas também usa um ``bip" (aparelho para telechamadas). ``Trabalho com investidores e eles não conseguem me ligar. O `bip' é uma garantia, já que o sistema celular é muito precário."
Lopes reclama do alto preço da conta telefônica e da assinatura. Dados da Telesp mostram que o valor médio das contas de um celular em São Paulo é de US$ 120, diante dos US$ 35 cobrados nas linhas de telefone convencional.
Com relação à qualidade dos serviços, Rondinelli afirma que a Telesp está instalando torres de transmissão e reforçadores (dispositivos para facilitar a emissão de sinais) para melhorar o sistema.
Em contrapartida, Sérgio de Oliveira, 34, gerente de produto da empresa Balcão do Telefone, diz que as vendas de linhas fixas estão cada vez melhores. ``O telefone é um bem não-perecível, diferente do carro, que se desgasta e se desvaloriza com o tempo."
Apesar das vendas em alta, a cotação dos preços de telefone teve redução de -1,28% de julho até a terceira semana de setembro, segundo o Datafolha (veja quadro).
A pesquisa semanal é feita em 65 agências e leva em conta linhas de 70 centrais telefônicas de São Paulo. A maior queda (-8,65%) foi em Pinheiros (zona oeste).

LEIA MAIS
sobre telefones na pág. 8-2.

INFORMAÇÕES
Telesp Celular - tel. 0-800-11-1040 (ligações de telefones convencionais) e (011) 1404 (ligações de telefones celulares).

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