São Paulo, terça-feira, 3 de outubro de 1995 |
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Paes faz críticas ao programa de FHC PMDB cobra participação no governo DANIEL BRAMATTI
``Eu discordo, discordo de algumas coisas. E já manifestei minha discordância no voto, em questões de fundo como a quebra dos monopólios." Apesar de o PMDB fazer parte da base do governo, Paes votou contra duas das principais emendas constitucionais propostas por FHC, que eliminam os monopólios estatais do petróleo e das telecomunicações. O deputado criticou ainda a política econômica do governo. ``O quadro econômico está no vestíbulo da recessão. Há desemprego, e os juros altos estão quebrando as empresas", disse. Paes ressaltou que emitia opiniões pessoais. ``Não vou defender essa posição (de discordância) na Executiva como um obstinado. Posso colocar meu pensamento, mas vou cumprir rigorosamente as decisões do Diretório Nacional." Contrariando declarações de seus principais aliados no PMDB, Paes disse que o relacionamento do partido com o governo FHC não deve sofrer mudanças substanciais. ``Só o conselho político do PMDB, formado pelos governadores, presidentes de diretórios e líderes, é que poderá decidir pelo rompimento com o governo ou pela reafirmação do apoio. Mas não há, no momento, nenhum fato que justifique a convocação do conselho." No domingo, o ex-governador de São Paulo Orestes Quércia -um dos principais patrocinadores da candidatura vitoriosa- disse que, com a eleição de Paes, esperava uma postura mais crítica do partido em relação ao governo. Ontem, o deputado cearense rejeitou a hipótese. Porém, cobrou uma ``maior participação nas decisões de governo", inclusive na definição da política econômica. Segundo Paes, o partido poderia exercer influência na área econômica mesmo sem uma redistribuição de ministérios. ``O partido pode participar com seus líderes. Eles têm de participar da elaboração dessas políticas, e não receber um pacote pronto aqui no Congresso." Paes disse que os ministros do PMDB não perderam respaldo por terem votado no deputado Alberto Goldman (SP) para a presidência do partido. O candidato derrotado teve o apoio dos ministros Nelson Jobim (Justiça) e Odacir Klein (Transportes), além do secretário de Políticas Regionais, Cícero Lucena. O novo presidente mostrou-se magoado com seu adversário, que pediu a impugnação do resultado da convenção. Goldman perdeu por um voto de diferença (76 a 75) e alegou que o suplente Antônio Cambraia, aliado de Paes, não poderia ter votado no lugar do presidente do Diretório Regional do Espírito Santo, Sérgio Ceotto, que não compareceu. Texto Anterior: Ex-governador busca uma aliança com Rossi Próximo Texto: GANGORRA NO PMDB Índice |
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