São Paulo, quarta-feira, 4 de outubro de 1995
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Vítima perde pontas de dedos e tem olho ferido

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A diplomata Andréia Cristina Rigueira David, 43, perdeu as pontas dos dedos polegar e indicador da mão direita na explosão de um pacote ontem no Itamaraty.
No olho esquerdo houve laceração (destruição) superficial da conjuntiva (a parte branca) e da córnea (por meio da qual passa a luz).
Segundo Rafael Barbosa, vice-diretor do Hospital de Base de Brasília, os ferimentos do olho não devem fazer com que ela perca a visão. É necessário, porém, um exame de fundo de olho para ter certeza.
No supercílio esquerdo há um corte de aproximadamente dez centímetros. Os braços estão machucados superficialmente, e as mãos foram laceradas, o que deixou ossos, músculos e tendões à mostra.
Um cirurgião plástico do HRAN (Hospital Regional da Asa Norte) era esperado no início da noite de ontem para fazer a reconstituição dos tecidos. Andréia foi transportada do Itamaraty ao Hospital de Base por volta de 16h.
Funcionários do Itamaraty levaram mais tarde pedaços de pele e osso encontrados no local da explosão para tentar reconstituir as pontas dos dedos, mas, segundo Barbosa, isso é impossível.
O médico afirmou que Andréia passou todo o tempo consciente no hospital. Como não houve lesão em artérias, o vice-diretor diz que não há risco de vida. Não está totalmente eliminado, porém, o risco de uma trombose: entupimento de uma artéria, resultando na perda de membro.
Por volta de 17h, uma funcionária do Itamaraty que não quis se identificar e trabalha com Andréia na Divisão de Assistência e Previdência Social disse que havia cheiro de pólvora na sala durante todo o dia, antes da explosão.
Rosário Amaral, mulher do porta-voz da presidência, Sérgio Amaral, foi ao hospital às 17h30. Saiu sem conseguir ver Andréia, que é sua amiga.

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