São Paulo, quarta-feira, 4 de outubro de 1995
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Polanski associa sexo e morte

MARCELO REZENDE
DA REPORTAGEM LOCAL

Nas mãos -ou no olhar- do diretor polonês Roman Polanski existe uma associação quase direta entre a perversão, a violência e uma sempre presente tensão sexual. Nada mais atraente então para ele do que ``Macbeth", que a Globo exibe nesta madrugada.
Realizado no início dos anos 70, sua versão da peça de William Shakespeare é o cinema de Polanski por excelência: ele usa a história para mostrar sua visão, sombria, do mundo e das relações afetivas que o regem.
Para contar a história de intrigas e assassinatos na Escócia medieval, onde um homem é envolvido por sua mulher no assassinato do rei de seu país, Polanski usa como artifício a idéia de que o poder, ou as formas para conquistá-lo, passam pela arte da sedução, que, em seu cinema, é uma noção extremamente negativa.
Se comparado a outras versões já feitas sobre a mesma história, seu ``Macbeth" talvez seja menos criativo do que os antecessores. Mas é um Polanski e isso é quase um crédito de intensidade na narrativa. Ainda que com todos os seus defeitos, não é de forma alguma nulo.

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