São Paulo, quarta-feira, 4 de outubro de 1995 |
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Filme revela brilho de Elodie Bouchez
BIA ABRAMO
Virginie mantém um diário, no qual registra suas descobertas sexuais e sentimentais. A paixão ciumenta de Anne, a fixação quase doentia de Maurice -que esteve em um campo de prisioneiros e volta traumatizado pela guerra- e o amor desajeitado e violento de Jacques giram em torno da beleza e da vivacidade de Virginie. Distraída pela própria energia e vontade de ser escritora, Virginie (Elodie Bouchez) acaba sendo capturada pelo desejo de Anne (Edwige Navarro). Menos sobre um amor homossexual, "O Diário Roubado" fala da extrema sensibilidade e fúria das paixões juvenis. Quando a intolerância dos mais velhos interfere na história das garotas, o roteiro escapa com elegância tanto do tom de militância homossexual quanto dos estereótipos das histórias de amor. Ao contrário da visão edulcorada e condescendente de Hollywood sobre jovens, a diretora Lipinska prefere construir um relato onde não faltam a tragédia e a morte. Elodie Bouchez, uma das mais belas e talentosas atrizes francesas da nova geração, levou o Cesar (o Oscar francês) deste ano como revelação feminina por seu trabalho em "Rosas Selvagens" (leia texto nesta página). Poderia ter conquistado o prêmio por este "Diário Roubado". A sutileza comovente e a presença luminosa da atriz transformam Virginie num dos personagens femininos mais emocionantes dos últimos tempos. Filme: O Diário Roubado Produção: França, 1992 Direção: Christine Lipinska Elenco: Elodie Bouchez, Edwige Navarro Lançamento: Flash Star (tel. 011/255-9911) Texto Anterior: "Rosas Selvagens" aponta para catástrofe Próximo Texto: Francesa leva abuso sexual com mão leve Índice |
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