São Paulo, quinta-feira, 5 de outubro de 1995
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Mulher é encontrada em porta-malas

DA REPORTAGEM LOCAL

A gerente comercial Marina Rodrigues Aquino, 28, foi encontrada anteontem, às 22h30, no porta-malas de seu Monza, que estava parado na suíte de um motel, na marginal Tietê (zona norte de SP).
Marina estava desaparecida desde as 10h30 de anteontem. Ele havia ligado de seu telefone celular para a prima e um amigo, dizendo que havia sido rendida por ladrões e que, feita como refém, foi posta no porta-malas de seu carro.
Marina foi desamarrada pelos funcionários do motel, que chamaram a polícia. ``A história é curiosa", disse o delegado Maurício Guimarães, 29, da Delegacia Anti-Sequestro. A polícia ainda não encontrou nenhum dos sequestradores de Marina.
A gerente comercial disse ontem que ia visitar um cliente no Shopping Center Norte, quando foi abordada por uma criança em um farol da rua Voluntários da Pátria (zona norte).
A criança teria pedido ajuda e, pouco depois, um homem se aproximou, mostrou uma arma e mandou que Marina passasse para ele a direção do carro. ``A criança ficou ao meu lado", disse.
O homem teria mandado a gerente abaixar a cabeça. Em uma rua sem movimento, ele teria parado e mandado Marina entrar no porta-malas do Monza.
``Ele estava acompanhado por um casal que nos seguia em um Gol. Eles haviam sequestrado a menina e precisaram de meu carro para a fuga", afirmou.
A gerente disse que, ao entrar no porta-malas, pegou seu telefone celular e avisou sua prima e um amigo que havia sido feita refém.
A ação de Marina foi descoberta pelo sequestrador, porque sua prima lhe enviou um bip. ``Minha bolsa estava no banco traseiro. Ele deve ter pego o bip e visto a mensagem." Nela, sua prima pedia o número da placa do Monza.
O sequestrador teria parado o carro na marginal Tietê, perto do início da rodovia Dutra, feito Marina sair, retirado seu telefone e mandado que ela voltasse ao porta-malas, com a criança.
Ele e o casal que os seguiam no Gol teriam levado Marina e a criança a uma casa em Guarulhos (Grande São Paulo), onde outro membro do grupo os aguardava.
A gerente disse que presenciou nessa casa um assassinato. Teria havido uma briga entre dois sequestradores e, um deles, teria matado o outro. ``Em seguida, me colocaram de novo no Monza e um deles se escondeu no banco traseiro."
Marina disse que foi levada ao motel Studio A. Dez minutos depois de entrar com o sequestrador, o casal de criminosos chegou com a criança. ``Eles ligaram para o pai da menina. Colocaram-me no porta-malas, onde me acharam."

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