São Paulo, sábado, 7 de outubro de 1995 |
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Comércio paulista confirma expansão
LUIZ ANTONIO CINTRA
O resultado, divulgado ontem pela Federação do Comércio do Estado de São Paulo, reverteu a tendência de queda dos últimos cinco meses. ``As liquidações, com redução da margem de lucro, e a maior confiança dos consumidores foram os fatores que fizeram as vendas crescer", disse Abram Szajaman, presidente da federação. O resultado de setembro, no entanto, ficou 14% abaixo do registrado em setembro de 94. Para Szajaman, as vendas do comércio devem ficar neste segundo semestre entre 15% e 20% abaixo do registrado no mesmo período de 94. No ano, as vendas podem crescer 3%, afirmou. ``O comportamento do mercado está muito esquisito e é difícil prever o deve acontecer em outubro, mesmo com o Dia das Crianças", avaliou Szajaman. A mesma dificuldade em analisar o momento econômico foi expressa por empresários e economistas ouvidos pela Folha. Na avaliação de Roberto Macedo, presidente da Eletros, entidade que representa a indústria de eletroeletrônicos, a economia ``cresceu um degrau" com o Real. ``Continuamos nesse degrau acima, mas é claro que isso é uma média. Para alguns setores, é possível que exista recessão." Para Emílio Alfieri, economista da Associação Comercial de São Paulo, o crescimento das vendas não pode ser considerado sazonal. Segundo ele, dois fatores em particular contribuíram para o aumento das vendas: as medidas de alívio do arrocho monetário adotadas pelo governo e o maior número de sábados em setembro, cinco. ``É possível dizer que a crise -desaceleração ou recessão, não importa- se abrandou. Mas não dá para saber qual é a tendência para os próximos meses", disse. Joseph Couri, do Sindicato da Micro e Pequena Indústria do Estado de São Paulo, afirmou que ``alguns setores melhoram por questões sazonais, mas na média a economia está desaquecida". Rio A Associação Comercial do Rio (ACRJ) registrou em setembro queda de 9,1% sobre agosto nas consultas ao Telecheque. O vice-presidente da ACRJ, Juarez Garcia, considera que o número indica queda no consumo. Em agosto, os cheques consultados foram 560.732; em setembro o número caiu para 509.649. Houve aumento de 5,8% em relação aos cheques pré-datados. Esse tipo de crédito continua correspondendo a mais da metade das consultas ao sistema (62,7%). O número de cheques rejeitados caiu 5,7%. O índice demonstra que poucos consumidores inadimplentes conseguiram reabilitação de crédito. Esse número é reforçado pelo crescimento de 2,2% de cheques sem fundo, indicando que muitos consumidores ainda não conseguiram honrar suas dívidas. Colaborou a Sucursal do Rio Texto Anterior: Indústria mexicana produz menos Próximo Texto: Venda de carro crescerá 10% Índice |
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