São Paulo, sábado, 7 de outubro de 1995
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Funk carioca entra em rede com o programa `Furacão 2.000' na CNT

MARCEL PLASSE
ESPECIAL PARA A FOLHA

Programa: Furacão 2.000
Quando: hoje, às 15h30
Onde: CNT/Gazeta

Coisa rara: um bom programa de música fora da MTV. Coisa inédita: um programa voltado aos adolescentes negros em cadeia nacional. Depois de um ano de exibição no Rio, a partir de hoje o programa ``Furacão 2.000" passa a ir ao ar em toda a rede CNT de TV.
Cadeia tem uma conotação irônica para a música dos morros cariocas, que originou o funk da pauta do programa. Onde a mídia só via marginais e traficantes, surgiu -mais do que música- um estilo de vida adolescente negro, orgulhoso e bem-sucedido.
``Seis milhões de pessoas vão aos bailes só no Rio", diz Rômulo Costa, 42, há 20 anos DJ da equipe de som ``Furacão 2.000".
Rômulo e sua esposa Verônica, 21, começaram o programa sem nenhuma experiência televisiva. Mesmo tosco, sem o acabamento das outras emissoras, ``Furacão 2.000" se tornou um sucesso local. Em um ano, tornou-se a maior audiência da CNT no Rio, perdendo apenas para a Globo no horário -e por margem pequena.
A estréia em rede tem direção do ex-global Roberto Talma.
Além de shows de funk, ``Furacão 2.000" traz artistas de pagode, charme, rap paulista, imagens de bailes, matérias sobre moda e closes dos diversos passos de dança criados nos morros -passo do canguru, do cachorrão e trenzinho são alguns dos nomes sugestivos.
A variedade transparece na lista de convidados do programa de hoje: Negritude Jr., Fernanda Abreu, Latino, Fanzine e Sampa Crew.

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