São Paulo, domingo, 8 de outubro de 1995
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Papel principal não estava nos planos

CLÁUDIA MATTOS
DA SUCURSAL DO RIO

Quando Tereza Seiblitz entrou na sala do diretor Denis Carvalho e viu seu nome ao lado do de Edson Celulari nos personagens de "Explode Coração", quase caiu para trás.
"Foi só então que eu percebi que realmente iria fazer o principal papel feminino da novela das oito", lembra. "Bateu um medo."
Protagonizar uma novela nunca fez parte dos planos da atriz. Isso pode parecer ilógico -afinal, todo ator sonha com o melhor personagem.
Mas ela explica: até hoje, Tereza diz que não se enxerga como uma atriz.
"Detesto me ver na televisão. Não gosto da minha voz, não tenho certeza se estou trabalhando bem. Me sinto desconfortável mesmo", diz.
Depois de fazer sua primeira novela, "Barriga de Aluguel", também de Glória Perez, que a Globo exibiu em 1990 no horário das seis, ela quase desistiu da profissão.
"Achei que estava horrorosa", exagera. E enumera os motivos: "Estava feia, me achei má atriz e achei minha voz chata."
Duas novelas e um especial depois, sempre na emissora carioca, Tereza não desistiu, mas nem o prestígio de ser escolhida a atriz principal da novela das oito acabou com sua insegurança.
"Só não desisto de ser atriz porque eu gosto muito de representar", diz. "Quem sabe, um dia, eu volto para a faculdade de letras."
No palco, onde começou trabalhando nos musicais de Oswaldo Montenegro, Tereza se sente mais tranquila. "Afinal, no teatro não tenho de me ver", explica.
Mas, confiança mesmo, esta fã da virilidade dos bailarinos russos só sente quando está dançando.
"Aí, a coisa muda", diz . "Não tenho de me preocupar com a minha voz, não tenho falas. Só no momento em que estou dançando é que me sinto à vontade."

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