São Paulo, quarta-feira, 11 de outubro de 1995
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SP quer dar aumento de 30% para professores

FERNANDO ROSSETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

O governador Mário Covas enviou ontem à Assembléia Legislativa um projeto de lei que aumenta em 30% o salário-base dos 240 mil professores da rede estadual de ensino São Paulo.
Com o aumento no salário-base -que é quanto o professor recebe sem contar abonos e gratificações-, o piso salarial vai aumentar em 19,27%.
Por 40 horas-aula semanais, um professor em início de carreira (P1) está recebendo hoje mensalmente R$ 256,96 de salário-base e R$ 143,04 de abonos e gratificações; ao todo, R$ 400,00.
Com o aumento de 30% sobre os 256,96 (o salário-base), o piso vai para R$ 477,09 (40 horas semanais).
Se a tramitação do projeto de lei for rápida -como quer o governo-, o aumento vai incidir sobre o salário de novembro -pago no quinto dia útil de dezembro.
O projeto de lei também acaba com a gratificação de 30% por dedicação exclusiva (RDPE), que é paga a cerca de 62 mil professores das 1.614 escolas padrão.
Essa gratificação foi instituída em 1991, quando o então secretário da Educação, Fernando Morais, lançou sua reforma.
A Apeoesp (sindicato dos professores) reivindicava que a gratificação por dedicação exclusiva fosse estendida a toda a rede de 6.800 escolas.
``A administração, fazendo um esforço muito grande, juntou o que podia e o que não podia para dar um aumento aos professores em homenagem ao seu dia (15 de outubro)", afirmou Covas.
``Esperávamos um presente melhor de dia dos professores", afirmou Roberto Felício, 43, presidente da Apeoesp.
Tanto Covas como Felício disseram que o salário ainda está aquém do necessário.
``Mas, sem dúvida, estamos cumprindo o compromisso de campanha de valorizar o professor", afirmou o governador.
Com a aprovação do projeto de lei, o piso salarial terá um reajuste total neste ano de 69%.
O reajuste favorece mais os aposentados, que não recebem muitas das gratificações e abonos. O funcionários da rede estão fora desse aumento.
``Não dá para fazer tudo de uma vez", disse Covas.
``Isso vai criar muito descontentamento. Também estamos ligados ao processo educacional", afirmou Reinaldo Bicudo, 35, presidente da Afuse (sindicato dos funcionários da rede).
A Apeoesp mantém a reivindicação de reabertura das negociações em torno da carreira do magistério.
A secretária da Educação, Rose Neubauer, disse que, à medida que o salário-base for aumentando -e as gratificações e abonos diminuindo-, essa discussão fica mais viável.

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