São Paulo, quarta-feira, 11 de outubro de 1995
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SBT passaria maratona de graça

LUIS HENRIQUE AMARAL
DA REPORTAGEM LOCAL

O SBT (Sistema Brasileiro de Televisão) não cobraria da Prefeitura de São Paulo para transmitir a 1ª Maratona de São Paulo, que aconteceu no último domingo. A prefeitura pagou R$ 1,2 milhão à Rede Globo pela transmissão.
A informação foi dada ontem pelo vice-presidente do SBT, Guilherme Stoliar. Segundo ele, sua emissora conseguiria patrocínio de anunciantes para a organização e para a transmissão do evento.
O SBT já havia aceito a proposta de transmitir gratuitamente a maratona antes de a prefeitura fechar o acordo com a Globo.
A idéia de realizar uma maratona nasceu do grupo de maratonistas chamado Corusp (Corredores de Rua de São Paulo). Eles queriam homenagear Ayrton Senna, dando o nome dele à prova.
Segundo Athos Comolatti, secretário-geral do grupo, a idéia foi aprovada pela prefeitura e pela família do piloto. ``Nós entramos em contato com a Globo e ela não se interessou pela maratona. Então falamos com o SBT, que se propôs a transmiti-la", diz Comolatti.
O contato entre o Corusp e a família de Senna foi feita pelo preparador físico Nuno Cobra, amigo e treinador do piloto.
``Fiquei muito chateado quando a prefeitura avisou que o nome da maratona não seria mais Ayrton Senna, era uma homenagem muito bonita", disse Cobra.
Em audiência do grupo com o prefeito Paulo Maluf, no dia 11 de agosto de 94, ficou acertado que a prefeitura daria apoio à prova.
Alguns dias depois, a portaria 147/94, da Secretaria Municipal de Esportes, marcava a maratona para o dia 25 de junho deste ano.
Em novembro de 94, o diretor de operações da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), Nelson Maluf El-Hage, viajou sob patrocínio do Corusp para assistir à Maratona de Nova York (EUA) e trazer idéias para a organização viária da prova paulistana.
Segundo Comolatti, o primeiro contato com a Globo foi feito em janeiro de 95. ``Dois meses depois, a emissora disse que não tinha interesse", diz. Em maio, o Corusp fechou acordo com o SBT.
No mesmo mês, a prefeitura solicitou que a prova fosse transferida para outubro, para que coincidisse com a inauguração do túnel Ayrton Senna, sob o Ibirapuera.
Segundo Comolatti, dez meses depois de iniciadas as negociações com a prefeitura, o grupo foi chamado pelo secretário de Planejamento, Roberto Richter, e avisado de que a maratona não se chamaria mais Ayrton Senna e que seria organizada e transmitida pela Globo.
Ontem, Richter afirmou que a Rede Globo possui autorização exclusiva da Confederação Mundial de Atletismo para a realização de uma maratona internacional de caráter oficial em São Paulo.
``A Globo é a única que poderia realizar uma maratona oficial na cidade." Ontem, a Globo não quis se pronunciar sobre o assunto.

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