São Paulo, quarta-feira, 11 de outubro de 1995
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Inqérito inocenta médico que fez aborto

LUCIANA CAMARGO
DA FOLHA SUDESTE

A Polícia Civil de Campinas encerrou ontem, sem indiciar ninguém, o inquérito policial que investigava a prática de aborto ilegal no Caism (Centro de Assistência Integral à Saúde da Mulher).
O delegado do 7º DP, Sílvio Croti, disse que encerrou sem indiciamentos por falta de provas. Na próxima semana ele enviará o inquérito para análise da Justiça.
A polícia passou a investigar o caso depois que o médico Aníbal Faundes, que era o diretor do órgão em 94, declarou à Folha que fazia aborto em casos de fetos com malformação sem condições de sobrevivência. A lei brasileira só permite aborto em casos de estupro ou risco de vida para a mulher.
Segundo Croti, foram analisados nove casos de aborto dentro do Caism. Em todos os casos, os laudos do IML (Instituto Médico Legal) confirmaram que as mães corriam risco de vida.
O médico Anibal Faundes disse ontem que não temia nenhum problema com a polícia.``Eu não estava fazendo nada de mais. Porém toda a polêmica serviu para trazer reavivar o problema do aborto no Brasil. A lei precisa ser mais clara e amparar mais a mulher."

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