São Paulo, quinta-feira, 12 de outubro de 1995
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`Quero redefinir o conceito'

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O deputado José Genoino (PT-SP) irritou parlamentares de seu partido ao defender a aprovação da proposta do governo que prevê o fim da estabilidade do servidor público na Comissão de Constituição e Justiça, primeira etapa da votação da reforma.
Apesar da defesa, Genoino prevê que o governo será derrotado nesse item da emenda.

Folha - Por que o sr. defende o fim da estabilidade?
José Genoino - Não defendo o fim da estabilidade. Ela é a condição para dar segurança à administração pública e evitar o ``mandonismo" de governos inescrupulosos. Defendo a redefinição do conceito de estabilidade, com critérios para demissões por conveniências da administração, evitando demissões por motivos políticos.
Folha - O sr. teme problemas com seu partido?
Genoino - Não. O PT está demonstrando que é um partido plural, democrático e de debate amplo. Vou manter a minha fidelidade votando a favor do partido na matéria.
Folha - Como o sr. recebe as pressões que vem sofrendo dos funcionários públicos?
Genoino - O corporativismo é legítimo em uma sociedade democrática, e os funcionários têm o direito de defender seus interesses.
Como representante do Congresso, da sociedade e do povo, posso discordar dos interesses dos servidores. Nossa função é definir um Estado que produza cidadania, bem-estar social, que não se reduz à relação com seus servidores.
Folha - O governo consegue aprovar a proposta?
Genoino - Acho que o governo tende a perder nessa matéria (estabilidade) na CCJ.
Folha - O sr. está prevendo a derrota de sua própria defesa?
Genoino - Sim.

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