São Paulo, quinta-feira, 12 de outubro de 1995
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`Temos de fazer leis boas'

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O deputado Bonifácio de Andrada (PTB-MG) é um dos integrantes da base governista que querem votar na CCJ contra a quebra da estabilidade dos funcionários públicos nos termos do projeto de reforma administrativa do governo.
Ele diz que seu compromisso de apoio ao governo não ultrapassa os ``limites da Constituição".

Folha - Por que o senhor é contra o fim da estabilidade como propõe o governo?
Bonifácio de Andrada - Para os futuros funcionários públicos, a estabilidade pode ser quebrada. Mas para os que já estão no serviço ela é um direito adquirido, que não pode ser desrespeitado. Nesse ponto, concordo com o parecer do relator Prisco Viana, que considerou a proposta inconstitucional.
Folha - Os líderes do governo no Congresso alegam que o relator deu uma interpretação ao projeto e que a Justiça é que deve dizer se a proposta desrespeita ou não os direitos adquiridos.
Andrada - Nesse caso, seria melhor fechar o Legislativo. Estamos aqui para fazer leis, e leis boas, não duvidosas.
Folha - O senhor não se sente numa posição desconfortável por fazer parte do bloco PFL-PTB e votar contra o projeto do governo?
Andrada - O meu compromisso é de ajudar o governo, dentro dos limites da Constituição. Não posso aprovar algo que considero inconstitucional porque o governo quer.
Folha - As suas restrições ao projeto da reforma administrativa se limitam à questão da estabilidade?
Andrada - Sou contra o ponto que transfere para o Executivo o controle dos salários no Legislativo e no Judiciário. Fere outra cláusula pétrea, a da separação e autonomia dos Poderes.

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