São Paulo, quinta-feira, 12 de outubro de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Salvo pelo gongo

CARLOS SARLI

A história da etapa brasileira do WCT começou a ser desenhada há alguns meses, quando a Mesbla, proprietária da marca Alternativa, entrou em concordata.
Diz a lenda que a surfwear investia algo em torno de US$ 750 mil na realização do campeonato. Cifra bastante expressiva para um evento cuja premiação total era de US$ 130 mil.
Durante sete anos, o conglomerado que atua em vários segmentos, como automóveis, confecções, lojas de departamentos, entre outros, aplicou, com o aval de seus executivos, essa bufunfa toda no surfe. Investimento que, sem dúvida, vinha dando retorno.
Infelizmente, e por motivos que não estou habilitado a analisar, a Mesbla, uma exceção que acredita nos esportes de ação (como a Brahma, a Nestlé e outras poucas grandes empresas), abriu o bico.
Por pouco, não ficamos sem a etapa brasileira da primeira divisão do Circuito Mundial. A Prefeitura do Rio salvou o evento antes de soar o gongo da ASP.
O penúltimo e decisivo campeonato começou ontem, acelerado em função das boas condições (ondas com 1,5 m) que rolavam na Barra da Tijuca.
Sete surfistas ainda têm chances de chegar ao título deste ano. Entre eles, está o brasileiro Victor Ribas, sétimo no ranking. Para chegar lá, Vitinho tem que vencer no quintal de casa, o que não é difícil, e em Pipeline, Havaí, o que não vai ser nada fácil.
Apesar das possibilidades teóricas, o título deve ficar entre um dos três primeiros do ranking, cuja diferença é de apenas 200 pontos. Rob Machado lidera com 5.630, seguido por Sunny Garcia e Kelly Slater. Nenhum dos três venceu no Rio até hoje.
O time brasileiro está reforçado. Além dos nove habituais do WCT, outro seis estão competindo. Pedro Muller e Binho Nunes, além de Shea Lopez (EUA) e Nathan Webster (AUS), entram nas vagas de quatro ausente. Os quatro wildcards que completam a lista dos 48 competidores são o santista Renato Wanderley, o brasileiro com mais chances de subir à primeira divisão, e o potiguar Joca Júnior, convidados da ASP, e os cariocas Plínio Ribas e João Gutenberg, nas vagas do patrocinador.
O Rio International Surf Pro é a nona etapa do Tour 95. A partir dela, os atletas começam a trocar resultados, já que, das dez etapas, apenas oito serão computadas.
Ponto para a Prefeitura do Rio por ter garantido a permanência do evento no calendário da cidade.

Texto Anterior: Inadimplência alvinegra enfrenta a Lusa
Próximo Texto: Notas
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.