São Paulo, quinta-feira, 12 de outubro de 1995
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Escravidão acabou em 1848

CLAUDIO GARON
DO ENVIADO ESPECIAL

Em 1801, o republicano Jean-Baptiste Lacrosse voltou a Guadalupe como governador, nomeado por Napoleão Bonaparte.
Ele tentou afastar oficiais negros, mas, em outubro, a guarnição de Pointe-à-Pitre se revoltou.
Após a derrota da rebelião, em 1802, a escravidão foi restaurada. A ilha perdeu autonomia e os proprietários recuperaram as terras.
Em 1810, britânicos ocuparam a ilha, que só voltou ao domínio da França em 1815. O novo regime francês manteve a escravidão.
Mas muitos escravos conseguiram escapar e formar quilombos. Em 1847, o conselho colonial admitiu o princípio da abolição.
Em 27 de abril de 1848, o governo provisório da República Francesa aboliu a escravidão.
Mas o Segundo Império (1852-70) marcou o fim do sufrágio universal e a volta de regimes compulsórios de trabalho, com a imigração de africanos e indianos.
O primeiro grupo de indianos, de 344 pessoas, chegou em 1854. Esse período assistiu ainda ao auge da cana-de-açúcar, que ocupou 55% da área cultivada em 1869.
Mas uma crise internacional do açúcar atingiu a economia da ilha do final do século 19 até 1914.
Na Primeira Guerra Mundial (1914-18), pelo menos 1.470 guadalupenses morreram pela França.
O período até 1939 foi dominado pela recuperação das usinas, exportação de açúcar e rum e expansão da cultura da banana.
No início da Segunda Guerra Mundial (1939-45), Guadalupe permaneceu do lado do governo pró-germânico de Vichy.
Mas vários guadalupenses foram para Dominica e se alistaram nas tropas francesas livres. Em 1943, o governo de Guadalupe se aliou ao general Charles de Gaulle.
Em 1946, Guadalupe se tornou Departamento Ultramarino da França e sua vida política passou a refletir a da metrópole. Os guadalupenses adquiriram os mesmos direitos dos cidadãos franceses.
Na economia, o declínio do açúcar foi compensado pela banana e pelo turismo. Mas a ilha permanece ainda dependente de recursos enviados da França.
Ainda assim, movimentos independentistas sobrevivem na ilha. Mas há mais de dez anos não são muito ativos.
(CG)

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