São Paulo, sexta-feira, 13 de outubro de 1995
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Ximenes quer reduzir crédito rural

DANIELA FALCÃO
DE NOVA YORK

O presidente do Banco do Brasil, Paulo César Ximenes, disse ontem em Nova York que uma das principais metas de sua administração para o ano que vem é diminuir a participação do banco no financiamento ao setor rural.
``O Banco do Brasil é responsável hoje por 76% do crédito agrícola. É uma participação muito grande, indesejável e que está prejudicando o banco. Em 96, o ideal seria que nós concedêssemos empréstimos com taxas de juros subsidiadas pelo governo federal apenas aos pequenos produtores."
Segundo Ximenes, o financiamento a grandes e médios produtores será feito por meio de CPRs (Cédulas do Produtor Rural), negociadas em Bolsas de mercadorias e futuros.
Ximenes afirmou que a dificuldade dos produtores rurais em honrar suas dívidas é "coisa do passado e não deve se repetir.
"Em 95, houve a combinação de dois fatores que dificultaram o pagamento dos empréstimos: a alta da taxa de juros, por causa do plano de estabilização, e a queda no preço dos produtos agrícolas. Mas, para 96, a expectativa é de alta no preço das commodities, aliviando o sufoco.
Sobre o destino da dívida já contraída pelos produtores rurais junto ao banco, Ximenes disse que a proposta de securitização é a mais viável.

Reformas
O presidente do BB afirmou que a fase de ajustamento por que passou o banco no início de sua gestão está superada.
"Ao contrário dos bancos privados, que desde 1986 vinham se preparando para o fim da inflação, os bancos públicos estavam precisando passar por grandes transformações para se adaptar. Tivemos que cortar gente e isso teve um custo político muito grande, mas já passou.
Segundo Ximenes, com as 4.000 demissões voluntárias realizadas pelo banco neste ano, foi possível utilizar melhor os recursos em sua modernização.
"O BB está ainda muito defasado em termos de tecnologia. Precisamos atrair cada vez mais clientes e, para isso, temos que nos modernizar.

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