São Paulo, sexta-feira, 13 de outubro de 1995
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Indústrias plásticas investem na produção

MÁRCIA DE CHIARA
ENVIADA ESPECIAL A DUSSELDORF

Grandes grupos do setor de resinas plásticas começam a investir pesado no aumento da capacidade de produção de suas empresas.
Eles apostam no crescimento contínuo do consumo de produtos populares nos próximos anos.
O objetivo é atender basicamente os novos projetos da indústria automobilística e a demanda de quem fabrica produtos eletroeletrônicos mais baratos.
É que produtos destinados às camadas de baixa renda empregam um grande volume de componentes plásticos.
O Itap, por exemplo, reservou US$ 23 milhões para investir nas duas empresas do grupo, a Nitriflex e a Cromex, nos próximos dois anos.
A primeira empresa produz borrachas sintéticas e termoplásticos (resina usada na estrutura dos aparelhos de televisão e dos telefones, por exemplo).
A segunda é especializada em pigmentos para resinas plásticas.
Isaao Plachta, diretor-superintendente da Nitriflex, conta que já está conversando com a Mercedes-Benz da Alemanha sobre projetos para atender a demanda da nova fábrica no Brasil.
Ele pretende também desenvolver produtos para os fornecedores de autopeças da nova fábrica de caminhões da Volkswagen, que será instalada na cidade de Resende, no Rio de Janeiro.
Atualmente, 65% dos produtos que a empresa fabrica são destinados à indústria automobilística. Os fabricantes de eletroeletrônicos ficam com 25% da sua produção.
A Nitriflex fechou o ano passado faturando US$ 120 milhões e informa que deve repetir o desempenho neste ano.
O grupo Unigel é outro que segue a mesma linha da concorrente. Com 11 empresas, que produzem desde produtos petroquímicos básicos e resinas plásticas até o produto acabado, como a garrafa PET da Coca-Cola, o grupo já tem projetos de investimento em andamento.
Henri Slezynger, diretor-presidente do grupo, que detém metade do controle acionário da CBE (Companhia Brasileira de Estireno), diz que está investindo US$ 30 milhões para dobrar a capacidade de produção da empresa nos próximos dois anos.
A CBE produz hoje 50 mil toneladas de poliestireno por ano. Essa resina é usada na fabricação de utensílios domésticos e eletroeletrônicos.
O grupo também reservou mais de US$ 30 milhões para investir na duplicação da capacidade de produção de policarbonatos planos, em sua fábrica instalada em Camaçari (BA).
O policarbonato plano é resina usada na fabricação de compact discs (CDs). O projeto, ainda em estudo pelo conselho de administração do grupo, leva dois anos para ser concluído.
O objetivo, diz José Tadeu Justi, diretor comercial da Policarbonatos do Brasil, é entrar no mercado de resinas para CDs, que movimenta US$ 50 milhões por ano.
Com a ampliação, a empresa pretende abocanhar 25% do mercado (2.500 toneladas de resinas) por ano. Hoje, as resinas usadas na fabricação do CD são importadas.
Segundo Justi, desde 1993 as vendas de CDs dobram a cada ano.
Com a estabilização da economia e o aumento do consumo de produtos populares, a perspectiva é que a venda de CDs cresça ainda mais. "O lazer das camadas populares é o CD", diz Justi.

A jornalista MÁRCIA DE CHIARA viaja a Dusseldorf (Alemanha) a convite da Associação Brasileira da Indústria Química e de Produtos Derivados (Abiquim).

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