São Paulo, sexta-feira, 13 de outubro de 1995
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Poeta era apaixonado por adivinhações e pseudônimos

DA REPORTAGEM LOCAL

Olavo Bilac era dado a adivinhações, duelos e pseudônimos. Estes formam um volume à parte em sua obra.
Entre eles se destacam Arlequim, Asmodeu, Astaroth, B., Belial, Bob, Brás Patifee, Fantásio, Febo-Apolo, Jaime de Ataíde, Juvenal L., Flamínio, Lilith, Marcos, Nemrod, O., O.B., O Diabo Coxo, O Diabo Vesgo, Olavo Oliveira, Olívio Bivar, Osaldo, Otávio Bivar, Pe-Ho, Pierrô, Pif-Paf, Puck, Pulcinello, Tartarin-Le Songeur e Vitor Leal. Usou-os para textos satíricos e jornalísticos.
Economizou o próprio nome para divulgar obras ``sérias". Seus primeiros poemas foram publicados em 1883, na ``Gazeta Acadêmica". O primeiro soneto, ``A Sesta de Nero", apareceu em agosto do ano seguinte.
O volume ``Poesias" apareceu em 1888. Duelou com companheiros de revistas literárias parnasianas, como o escritor Pardal Mallet, em 1889. Nessa época, quase duelou com Raul Pompéia e iniciou a elaboração do ``Dicionário Analógico".
Opôs-se ao governo de Floriano Peixoto, foi preso e perseguido. A partir de 1904, colecionou cargos públicos e promoveu campanhas pelo serviço militar obrigatório de 1915 em diante.
Morreu no Rio de insuficiência cardíaca e edema pulmonar. Tinha 53 anos. Foi enterrado com honras de general. Em 1966, foi transformado pelo regime militar em patrono do Serviço Militar.
Sua maior paixão foi a pesquisa lexicográfica. O editor Carlos Leal desenterrou dois testemunhos da importância que Bilac dava a seu dicionário. Para tanto, foi às fontes da ``belle-époque" literária.
O poeta Emílio de Meneses (1866-1918) escreve em 1898 que encontrou o colega em sua casa, então na rua Barão de Tambi, 35, com o nariz colado nas anotações do dicionário, no qual estava trabalhando havia 16 anos. Bilac o encarou e discursou, como um apóstolo do aperfeiçoamento do português, ou, como queria Bilac, da ``última flor do Lácio, inculta e bela": ``Ah, você nem imagina como é a nossa língua. É como nosso ouro. É preciso rasgar fundo as entranhas da terra para descobrir a pepita refulgente!"

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