São Paulo, sábado, 14 de outubro de 1995
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Microondas podem curar perda de sangue em excesso na menstruação

DA REPORTAGEM LOCAL

Microondas podem tratar mulheres com problemas de perda excessiva de sangue durante a menstruação.
A conclusão, de pesquisadores do Hospital Real, em Bath (Reino Unido), é publicada na edição de hoje da revista médica britânica ``The Lancet".
A perda excessiva de sangue, condição chamada menorragia, é comum em mulheres que acabaram de ter filhos e naquelas que estão próximas da menopausa.
Na menorragia, mulheres não só perdem mais sangue (maior fluxo), mas também apresentam um período menstrual maior.
A menorragia é causada por um afinamento da parede do endométrio, camada do útero que se desprega na menstruação e que causa a perda de sangue.
O método consiste em selecionar uma frequência de microondas capaz de penetrar seis milímetros do tecido do endométrio.
As ondas são distribuídas através da abertura do útero (colo do útero), por meio de uma sonda.
Segundo os pesquisadores, a técnica praticamente ``cozinha" o endométrio, já que a temperatura da sonda chega a 95°C. A potência das microondas é controlada por aparelhos manejados pelo cirurgião.
Os métodos convencionais para tratar o problema baseiam-se na destruição da parede do útero por meio de raios laser ou de energia elétrica, capaz de gerar calor suficiente para destruir o endométrio (técnica chamada de diatermia).
Os pesquisadores consideraram como sucesso o fato de mulheres deixarem de apresentar o problema ou o apresentar de forma reduzida até seis meses após a aplicação das microoondas.
Segundo eles, quatro mulheres não haviam melhorado e foram submetidas novamente ao tratamento. Três delas tiveram reversão do problema.
Segundo Nicholas Sharp, um dos autores do estudo, a terapia com microondas oferece muitas vantagens, especialmente a segurança, sobre outros métodos.
Além disso, se comparada às técnicas convencionais, que exigem internação da paciente, ela é mais prática: a mulher pode sair do hospital no mesmo dia.
Os pesquisadores concluem que um tratamento rápido e eficaz para menorragia agora parece possível.

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