São Paulo, sábado, 14 de outubro de 1995 |
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Prefeitura deu à Globo direito de transmitir a maratona por 5 anos
LUIS HENRIQUE AMARAL
A prefeitura deverá ainda contratualmente dar toda a infra-estrutura, como os funcionários da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), segurança, sinalização e ``demais providências". Ainda segundo o contrato, a Globo poderá comercializar o espaço publicitário durante a prova e ficar com os lucros obtidos. Exatamente como aconteceu este ano. Cópia desse contrato foi obtida ontem pelos vereadores petistas Adriano Diogo e José Eduardo Martins Cardozo. Após analisarem a peça, decidiram entrar, na segunda-feira, com uma ação popular contra o secretário dos Esportes, Ivo Carotini, solicitando que ele devolva aos cofres públicos o R$ 1,2 milhão que a prefeitura pagou à Globo. A Folha também obteve cópia do contrato. Nele não há documento da Confederação Internacional de Atletismo atestando que a Rede Globo tem exclusividade para transmitir e organizar a maratona, como afirmou o secretário do Planejamento, Roberto Richter. No processo, existem duas cartas da CBA (Confederação Brasileira de Atletismo), ambas datadas do dia 5 de julho de 1995. A primeira, assinada pelo presidente da entidade, Roberto Gastão de Melo, apenas autoriza a realização da prova. A segunda carta, assinada pelo vice-presidente da entidade, Victor Malzoni Jr., acrescenta a palavra ``exclusividade" ao seguinte texto: ``A CBA, de conformidade com as normas vigentes no país e no exterior referentes à organização de eventos de atletismo, autoriza oficialmente e com exclusividade a realização da 1ª Maratona de São Paulo, no dia 8 de outubro de 1995, evento de iniciativa da Rede Globo e apoio da Prefeitura Municipal de São Paulo." Malzoni Jr. foi contratado pelos organizadores da 1ª Maratona de São Paulo para dirigir a prova. ``Esse texto não diz que a Globo tem exclusividade para organizar ou transmitir a prova", analisa Martins Cardozo. Anteontem, o diretor de provas da CBA, Martinho Nobre dos Santos, disse que a Globo ``não tem exclusividade para organizar ou transmitir maratonas oficiais em São Paulo". A Folha esteve ontem à tarde nas secretarias dos Esporte e do Planejamento para ouvir Richter e Carotini sobre o assunto. Eles não foram encontrados. O chefe de gabinete de Richter disse que ele estava na secretaria ``cuidando de outros negócios". O chefe de gabinete de Carotini disse que ele não foi à secretaria. A Globo não atendeu à reportagem da Folha. Texto Anterior: Promotor é vaiado por proibir espora em rodeio; O NÚMERO; Filme 'Kids' terá pré-estréia na terça; Presas duas acusadas de traficar mulheres; Acidentes matam duas pessoas no interior de SP Próximo Texto: SKI-BANANA; DROGAS Índice |
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