São Paulo, terça-feira, 17 de outubro de 1995 |
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Procuradoria deve denunciar empresas Argentino teria intermediado parcelamento de dívidas DA SUCURSAL DO RIO A Procuradoria Geral da República prepara a denúncia à Justiça de dezenas de empresas que teriam fraudado a Previdência por meio de um esquema supostamente criado pelo empresário argentino Cesar Arrieta.As empresas serão acusadas por corrupção ativa. Os procuradores Artur Gueiros e Alex de Miranda já relacionaram 36 empresas que teriam se beneficiado do chamado ``esquema Arrieta". Sediadas em São Paulo, no Rio, em Minas Gerais e em Brasília, as empresas conseguiram parcelar débitos antigos com o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). Segundo os procuradores, os parcelamentos foram intermediados pelo próprio empresário argentino. Os valores e os prazos para pagamento das parcelas fixadas pelo INSS seriam ilegais, segundo a equipe da Procuradoria Geral da República. A existência do ``esquema Arrieta" é negada pelo advogado do empresário argentino, Sérgio do Rego Macedo. O advogado disse que as negociações entre as empresas, Arrieta e o INSS obedeceram às normas previdenciárias. CPI Gueiros, de 28 anos, e Miranda, 40, vão hoje a Brasília para analisar a documentação recolhida pelos deputados que integraram a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) responsável pelas investigações das fraudes na Previdência Social. Durante dois dias os procuradores estudarão o material recolhido pela CPI. Eles vão procurar na documentação nomes de mais empresas que poderiam ter se beneficiado com parcelamentos suspeitos junto à Previdência Social. As denúncias contra as empresas serão acrescentadas à ação penal que corre na 13ª Vara da Justiça Federal no Rio. Essa ação relaciona Arrieta e mais seis pessoas como réus. As sete pessoas são acusadas de ter praticado corrupção ativa e passiva. Além das empresas, a Procuradoria Geral da República deve denunciar funcionários e ex-funcionários da Previdência Social acusados de ter recebido suborno de integrantes do ``esquema Arrieta". O advogado de Arrieta pediu ontem à juíza da 13ª Vara, Marilena Reis Franco, a libertação de seu cliente, preso há dez dias na sede da PF (Polícia Federal) no Rio. ``Argumentei que a prisão não se justifica, pois ele (Arrieta) tem endereço e trabalho conhecidos", disse Macedo. Caso a juíza decida manter Arrieta preso, o advogado anunciou a intenção de recorrer ao TRF (Tribunal Regional Federal) para libertar o argentino. Texto Anterior: Fórum vai debater rumos do jornalismo Próximo Texto: Argentino sofre novo inquérito Índice |
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