São Paulo, terça-feira, 17 de outubro de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

USP demite professora por plágio

FERNANDO ROSSETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

Erramos: 20/10/95
O Instituto de Psicologia da USP decidiu ontem demitir a professora doutora Luiza Beth Nunes Alonso. Em um artigo publicado no ano passado, ela plagiou textos de três autores -um deles aluno da USP. As demissões de professores em universidades públicas brasileiras são raríssimas, já que eles gozam de estabilidade no emprego (leia abaixo).
A decisão foi tomada após um ano de processo, pela congregação do instituto. Dos 28 membros, 13 votaram pela demissão e 5 pela suspensão. A decisão será enviada ao reitor, Flávio Fava de Moraes, que disse que só vai comentar o caso depois de receber notificação oficial do Instituto de Psicologia.
Ao procurar Luiza por telefone em sua casa, a reportagem da Folha foi informada de que ela havia se mudado.
O professor da Universidade Federal do Espírito Santo, Lídio de Souza -que faz pós-graduação na USP e teve seu texto plagiado- disse que ``A decisão mostra que há pessoas sérias na Academia".
A história começou em 92, quando Luiza participou da banca de qualificação do projeto de doutoramento de Lídio de Souza na USP. Dois anos depois, Alonso publicou o artigo ``Movimentos sociais e cidadania: a contribuição da psicologia social", em que copia literalmente 63 linhas do projeto de Lídio de Souza (leia quadro).
A comissão que apurou o caso constatou também que Luiza Alonso havia copiado outras 74 linhas de um texto do psicólogo social italiano Alberto Melucci, além de quatro linhas de um artigo de Edison Nunes e Pedro Jacobi.

LEIA MAIS
sobre educação no Via SP

Texto Anterior: Pesquisador busca na hierarquia identidade da organização militar
Próximo Texto: `Processo foi muito desgastante'
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.