São Paulo, terça-feira, 17 de outubro de 1995 |
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Cidade alfabetiza a domicílio em SP
LUIZ MALAVOLTA
A prefeitura contratou para executar o programa dez monitoras, todas estudantes do último ano do curso de magistério. Transportadas em carros da prefeitura, elas vão às casas dos analfabetos nos horários mais convenientes para os alunos. As aulas começaram com um grupo de 40 dos 118 analfabetos adultos de Macatuba e são diárias, de segunda a quinta-feira. Cada aula dura duas horas. Como os alunos são geralmente parentes ou vizinhos, cada monitor atende simultaneamente dois alunos, embora as aulas sejam individuais. As monitoras ganham R$ 100 (um salário mínimo) por mês, por quatro horas diárias de aula. O Departamento de Educação fornece lápis, caderno e borracha aos alunos. ``O maior investimento é com os os alunos, que vão realizar o sonho de aprender a ler e a escrever e, com isso, ter acesso a uma vida melhor", declarou Hueb. Segundo a diretora municipal de Educação e Cultura, Selma Pereira de Freitas Spunar, 32, autora do programa, a decisão de fazer aulas nas casas dos alunos foi tomada porque muitos não tinham condições de ir à escola, devido à idade ou ao trabalho. O método utilizado é o ``construtivista", que dispensa o uso de cartilhas. Durante as aulas, são utilizados jornais, revistas, a Bíblia, embalagens de mercadorias, bulas de remédios, documentos e receitas de culinária. ``Nós usamos tudo o que estimula o pensamento e que é familiar ao analfabeto. Por isso, o processo de alfabetização acaba sendo rápido", disse ela. Segundo a professora, com um mês de aulas já é possível ler e escrever. O curso de alfabetização, no entanto, dura três meses. Ela afirma que o aluno concluirá o curso dominando a escrita e a leitura. A formatura da primeira turma de 40 adultos alfabetizados está prevista para novembro. Texto Anterior: Vagões escolhidos são perto da saída Próximo Texto: Alunas passam a utilizar a Bíblia para aprender a ler Índice |
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