São Paulo, quarta-feira, 18 de outubro de 1995
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Prejuízo de rebelião em SP será de R$ 5 mi

DA FOLHA SUDESTE

A destruição provocada pelos 354 presos da Cadeia 9 de Piracicaba (a 170 km de São Paulo), durante rebelião iniciada no domingo, vai custar ao Estado pelo menos R$ 5 milhões.
Essa foi a avaliação feita pelo diretor do Dacar (Departamento de Assuntos Carcerários da Polícia Civil), Waldir Martins, que esteve visitando a cadeia na noite de anteontem.
Ontem, 30 presos ainda não haviam sido transferidos da cadeia, mas, segundo a polícia, a situação já estava sob controle.
Segundo Martins, os dados não são oficiais, já que o relatório técnico sobre os estragos do prédio ainda não foi feito. A estimativa foi feita com base nos custos da obra, que foram de R$ 10 milhões.
Segundo o diretor, como metade do prédio foi destruída, deverá ser necessário metade do dinheiro da obra para fazer toda a reforma.
A assessoria de imprensa da Secretaria da Segurança Pública informou que hoje um grupo de técnicos deve vistoriar a cadeia para saber quais foram os prejuízos reais da rebelião.
A direção da cadeia já contabilizou a destruição de todo o telhado do pavilhão das celas, dos monitores de circuito interno e também dos computadores que estavam na ala da carceragem.
A cadeia foi destruída no último domingo, durante uma rebelião que durou 24 horas.
A principal reclamação dos presos é a falta de conforto do prédio. Segundo eles, não existe pátio para o banho de sol e a comida é ruim.
O prédio da cadeia foi inaugurado no dia 25 de agosto deste ano e recebeu os primeiros presos no dia 4 de setembro.
Ontem, as transferências dos presos continuavam. Segundo o diretor da cadeia, Virgílio Caramanti, vão permanecer no local apenas 30 presos da cadeia pública de Limeira (a 156 km de SP).
"Eles não têm para onde ir, já que a cadeia daquela cidade também está interditada", disse.
A interdição em Limeira aconteceu depois de uma rebelião no mês passado. Os 140 detentos foram transferidos para Piracicaba.

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