São Paulo, quarta-feira, 18 de outubro de 1995
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Advogado pedirá retirada da escultura

DA REPORTAGEM LOCAL

O responsável pelo Departamento Municipal de Iluminação, Wilsom Chohfi, lembrou ontem que foi a gestão do prefeito Paulo Maluf que colocou a iluminação no obelisco do Ibirapuera.
"A iluminação foi feita por um acordo entre a prefeitura e a fabricante de lâmpadas Philips. Nós não teríamos razão para apagar uma parte.", diz ele.
Chohfi não soube dizer há quanto tempo as luzes estão apagadas.
Para o advogado Pinheiro Pedro, a afirmação da prefeitura de que a iluminação está em manutenção é "absurda". "Não existe manutenção só de um lado. Eu passo todo dia lá e nunca vi o obelisco desse jeito."
Para ele, a prefeitura está "apagando os monumentos que não interessam mais e destacando os que lembram a sua gestão".
Pinheiro Pedro anunciou que vai pedir o deslocamento da estátua em homenagem a Senna. "A lei diz claramente que não se pode colocar nenhuma estátua em um raio de 300 metros de uma obra tombada pelo patrimônio histórico estadual, como é o caso do obelisco. O objetivo é justamente evitar que uma interfira na outra."

Maratona
A assessoria da prefeitura não divulgou ontem qual será a estratégia de defesa do prefeito Paulo Maluf no caso da liminar concedida pela Justiça obrigando-o a devolver aos cofres públicos o dinheiro que o município pagou à Globo para ela organizar e transmitir a 1ª Maratona de São Paulo.
A ordem para o prefeito devolver do próprio bolso os R$ 1,2 milhão pagos à Globo foi do juiz Wilson Gomes de Melo, da 4ª Vara da Fazenda Pública.
O juiz atendeu a um pedido de liminar (decisão provisória) impetrado anteontem pelo administrador Jair Vieira Leal. A decisão do juiz foi tomada no mesmo dia.
O juiz suspendeu o contrato entre a prefeitura e a Globo e diz que concedeu a liminar "porque a proteção do interesse público recomenda sua concessão".
Hoje, os vereadores Adriano Diogo e José Eduardo Martins Cardozo entram com outra ação na Justiça contra a prefeitura.
Na ação, eles afirmam que a Globo não tem a exclusividade da organização ou mesmo sobre a marca "Maratona de São Paulo", conforme alegou a prefeitura para dispensar a licitação que escolheria uma emissora.
A Globo não se pronunciou sobre o assunto.

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