São Paulo, quarta-feira, 18 de outubro de 1995
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Cúpula pede fim da sanção a Cuba

DENISE CHRISPIM MARIN
ENVIADA ESPECIAL A BARILOCHE

Os líderes dos 21 países presentes na Quinta Conferência de Cúpula Ibero-americana encerraram seus trabalhos ontem condenando qualquer forma de embargo contra países, mas não mencionaram especificamente o caso de Cuba.
O documento oficial da conferência diz que os países presentes "rechaçam as medidas unilaterais que afetam o bem-estar dos povos ibero-americanos e impedem o livre intercâmbio e as praticas transparentes do comércio universalmente reconhecidas".
Também condena a violação dos princípios da convivência regional e da soberania do Estado -uma novidade em relação aos textos das conferências anteriores.
O texto afirma que há "especial preocupação com as modificações na lei discutidas no Congresso dos EUA, que são contrárias aos princípios" dos países da conferência.
O documento foi divulgado no mesmo dia em que o projeto de lei que prevê sanções às empresas que comprem propriedades estatizadas por Cuba foi derrotado por um voto (59-36) no Senado dos EUA.
O projeto, aprovado pelos deputados norte-americanos, deve ser colocado em votação novamente a pedido dos republicanos (oposição). Se aprovado, o presidente Bill Clinton promete vetá-lo.
O presidente cubano, Fidel Castro, voltou ontem ao seu país carregando uma dura crítica ao seu regime político e pressões pela democratização e pela valorização dos direitos humanos.
A questão da abertura política de Cuba foi colocada ontem como o primeiro item do documento.
A iniciativa resultou de pressões da Argentina nas últimas conversas conjuntas entre os participantes. O tema não constava do rascunho elaborado na segunda-feira.
O texto diz que os países "reafirmam que a democracia e o respeito aos direitos humanos e às liberdades fundamentais do ser humano constituem valores essenciais para os povos ibero-americanos".
"Todos os países da América reclamam a democratização de Cuba", afirmou o presidente da Argentina, Carlos Menem.
"Poderíamos apoiar a entrada de Cuba na OEA (Organização dos Estados Americanos), mas todos os países integrantes são democráticos", completou.
Com agências internacionais

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