São Paulo, quarta-feira, 18 de outubro de 1995
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Eleições S/A; Fundo do poço; Ataques a Nossa Senhora; Correios; Criança fora do estádio; Cigarros; Gastos na saúde; Excesso de propaganda; Revista da Folha

Eleições S/A
"A Folha de 8/10 publicou, no caderno Eleições S/A, declaração de ilustre parlamentar no sentido de que 'ninguém pode mandar nada para o Tribunal Superior Eleitoral porque os nomes vão parar na imprensa no outro dia. O TSE não sabe o que é sigilo'. Esclareço que não há, no TSE, sigilo. Aqui tudo se faz à luz do sol, porque sob a luz do sol as coisas não apodrecem. Aqui não há sigilo para o público, tampouco para a imprensa. Assim, damos transparência aos nossos atos e, sobretudo, damos cumprimento à Constituição Federal, art. 92, incisos IX e X -que determina que todos os atos do Poder Judiciário serão públicos e fundamentadas todas as suas decisões."
Rogério Tavares, assessor-chefe de comunicação social do Tribunal Superior Eleitoral (Brasília, DF)

Fundo do poço
"Ao dizer que 'chegamos ao fundo do poço e o pior do aperto já passou', o ministro Pedro Malan parece estar equivocado, pois descer sempre foi mais fácil do que subir. Resta saber quem ficou de fora para jogar a corda."
Marcos Moreno (Varginha, MG)

Ataques a Nossa Senhora
"A Comissão Nacional de Direitos Humanos da B'nai B'rith do Brasil, entidade judaica que combate o preconceito, a discriminação e a intolerância, não poderia ficar calada diante de atitudes como a do pastor Von Helder. Objetos de culto, sagrados para determinada religião ou denominação religiosa, devem ser respeitados e protegidos. A busca de Deus é um direito do homem e a liberdade religiosa é uma das maiores conquistas do povo brasileiro, garantida inclusive pela Constituição."
Edda Bergmann, coordenadora de direitos humanos da B'nai B'rith do Brasil (São Paulo, SP)

"Pastor Von Helder, com seu gesto tresloucado o sr. mostrou o amor que sente por Cristo. Ele deve estar muito contente vendo a imagem de sua mãe sendo ultrajada. Não gostaria de estar em sua pele quando for chamado ao céu para prestar conta."
Alexandre Augusto de Almeida Aguiar (Ourinhos, SP)

"Os católicos adoram somente a Deus, mas respeitam a mãe do Criador como nossa mãe. Por isso, temos por ela amor e carinho. Senti como se entrassem na minha casa e chutassem os retratos de meus pais. Que a lei dos homens o condenem. Se ninguém entrar com um processo judicial, eu o farei."
Maria José Pereira da Silva O'Neill (São Paulo, SP)

"Externamos o nosso fervoroso protesto contra a atitude do 'pastor' Von Helder, da Igreja Universal. A liberdade religiosa deve ser preservada contra atitudes de tão baixo nível como as praticadas por esse embusteiro, que vive da exploração de pessoas ingênuas."
Kátia Luiza de Fiori, seguem-se mais três assinaturas (São Paulo, SP)

"Achei muito oportuna a visão de d. Eugênio Sales, afinal quem deu a concessão à TV Record foi realmente o Ministério das Comunicações, que ignorou a frase bíblica: 'Não lanceis as vossas pérolas aos porcos'."
Clébio Borges (São Paulo, SP)

"Não há palavras para descrever a minha repulsa com relação a atitude do 'bispo' Von Helder. Somente os traços de Spacca (14/10) conseguiram exprimir, de maneira inteligente, a indignação dos milhões de brasileiros que presenciaram aquelas cenas."
Edson Esposito (Marília, SP)

Correios
"Os serviços do correio estão péssimos. Todas as correspondências, desde cartas simples até boletos para pagamento, estão chegando atrasadas. Sem falar das correspondências que chegam erradas. Se essas que não me pertencem são entregues no meu endereço, para onde será que as minhas estão indo?"
Maria Cecília Centurion (São Paulo, SP)

Criança fora do estádio
"No Dia da Criança, levei meus netos -de 5, 8 e 11 anos- ao Morumbi. Era um jogo sem implicações com as grandes torcidas, São Paulo x Botafogo. Após comprar os ingressos, fomos impedidos de entrar, pois era exigida a carteira de identidade das crianças, que não estavam em meu poder. Qual o dispositivo legal e a lógica que amparam essa proibição? Quando um familiar quer levá-las a assistir a um esporte saudável, é proibido de fazê-lo."
Hélvio Magalhães Alcoba (São Paulo, SP)

Cigarros
"Concordo com a propaganda veiculada pela Souza Cruz: fumantes e não-fumantes preferem a liberdade. Mas como não-fumante, entendo melhor a situação dos que estão presos ao fumo, dependentes de um vício e subordinados a um produto nocivo a todos. Será que isso é liberdade?"
Hamilton T. da Silva (São Paulo, SP)

Gastos na saúde
"De acordo com 'Human Development Report' (1994) das Nações Unidas, em 1990 o dispêndio público da Argentina na saúde foi de 2,5% do PIB; do Uruguai, 2,5%; da Venezuela, 2%; da Colômbia, 1,8%; do México, 1,6%, que resultaram em um índice de mortalidade infantil, em 1992, de 29, 20, 33, 30, 36 por mil, respectivamente. No Brasil, o gasto público na saúde, em 1990, foi de 2,8% do PIB, mas o resultado em 1992 é um vexatório índice de mortalidade infantil: 60 mortos por mil, lançando-o na companhia dos países mais miseráveis do mundo. Ou seja, há recursos para uma assistência muito melhor no SUS, mas desperdícios e fraudes da máquina burocrática são assombrosos. É nessa caixa furada que vamos pôr mais e mais recursos?"
Marx Golgher (Belo Horizonte, MG)

Excesso de propaganda
"Venho percebendo, nos últimos anos, a venda de capas de cadernos para propaganda. Faz-se um caderno com o título, as chamadas superiores e uma propaganda imensa que ocupa praticamente toda a capa. No dia 1/10, a Folha abusou. O caderno Mundo, durante a semana confinado às últimas páginas de Dinheiro, veio com a capa e a contracapa inteiras de propaganda. Numa primeira olhada, era possível facilmente confundi-lo com um encarte publicitário e deixá-lo de lado. Foi o que quase fiz. Mas o abri e me deparei com um artigo envolto em mais propaganda. A poluição visual era tanta que não pude lê-lo. Por que tanto desprezo com um caderno importantíssimo?"
Guilherme Bajesteiro (São Paulo, SP)

Revista da Folha
"A Folha está, no mínimo, nos tomando por idiotas quando lança uma nova coleção em fascículos, com capa dura, grampos para encadernar etc. ao mesmo tempo em que suspende a Revista da Folha por causa do 'custo do papel'."
Jorge Vernik (Santo André, SP)

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