São Paulo, quinta-feira, 19 de outubro de 1995 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Brasileiros vêm em alto estilo
CARLOS CALADO
À frente da banda, Wagner Tiso, Paulo Moura e Gilson Peranzzetta regeram os próprios arranjos que escreveram -suítes com obras populares de cinco grandes compositores brasileiros. Tiso explorou o balanço dos sambas clássicos de Ary Barroso, como "Aquarela do Brasil" e "Na Baixa do Sapateiro". Moura revisitou Radamés Gnatalli ("Remexendo") e Pixinguinha ("1 X 0"), com um show particular de ginga de gafieira, na homenagem a Severino Araújo ("Chorinho Pra Você"). Gilson Peranzzetta arriscou mais. Inventou novas levadas para cinco sucessos de Tom Jobim, entre eles "Garota de Ipanema" e "Corcovado", levantando toda a platéia. Uma pena que o maestro Chiquinho de Moraes não tenha ficado contente com os parcos ensaios da banda e tenha desistido de apresentar a suíte dedicada a Luiz Gonzaga. Tito Puente Outro ponto alto da noite foi a presença do "band leader" Tito Puente. Excitado com sua primeira visita ao Brasil, o "timbalero" conquistou fácil o público do Palace, com a conhecida "Oye Como Va". "Showman" de primeira linha, Tito Puente sabe combinar boa música e boa performance como poucos. Ele toca como se estivesse possuído, atraindo a atenção até mesmo quando está fora dos refletores. Suas caretas debochadas desenham um curioso contraponto com a aparente seriedade dos músicos da orquestra, vestidos como padrinhos de casamento. Felizmente, os brasileiros começam a perder o velho preconceito contra a música latina. Texto Anterior: Celia e Tito transformam primeira noite em baile Próximo Texto: Maior prece é consolar o próximo Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |